Os carros de Formula 1, com os inúmeros patrocinadores e
constantes alterações em suas linhas aerodinâmicas, apresentam forte apelo
visual, em sua profusão de cores e designs.
A seguir, os carros que considero os mais bonitos nestes
quesitos. Listei principalmente os bólidos do início dos anos 90, já que não
aprecio os modelos posteriores, com o “bico tubarão”. Há carros dos anos 80 com
excelentes pinturas, mas com desenhos que não considero harmônicos, e portanto
apenas um foi citado.
10° lugar) Leyton House March Racing Team 881
Judd V8 - 1988. Começo
a lista com este modelo por tratar-se de uma das primeiras referências de Formula
1 que me recordo. Vi em uma loja de aeromodelos e miniaturas de veículos e
carros de corridas no aeroporto de Salvador, no final dos anos 80 (ainda há uma
loja lá com estas características, contudo, com a reforma que ocorreu em 2000,
não sei se trata-se do mesmo estabelecimento). Sempre que ia ao aeroporto, via
aquela miniatura, anos antes de acompanhar as corridas. A cor azul clara dava
mesmo uma impressão de um “carro de brinquedo”. Mas vamos aos dados técnicos: este
carro foi projetado por Adrian Newey, desde já inovador. Observe as linhas
aerodinâmicas laterais e lembre-se que trata-se de um carro de 1988. Foi o
primeiro a incorporar o “Santo Antônio” com a entrada de ar para o motor e a elevar o bico do carro. Motor
aspirado em uma temporada em que os turbos se destacaram, mas com boas atuações
como um segundo e um terceiro lugar nos GPs da Bélgica e Portugal
respectivamente, com o italiano Ivan Capelli. O brasileiro Maurício Gugelmin
também integrava a equipe, em sua temporada de estreia. Uma pintura bastante
simples e elegante.
Gugelmin em seu March Judd 881 - 1988
Foto: Sky Scraper Picture
9° lugar) Benson
& Hedges Jordan Peugeot 196 A10 V10 – 1996. Em 1995 a Jordan abandona o
motor Hart V10 e aceita o Peugeot V10, descartado pela McLaren, que o utilizou
na temporada anterior. Se na equipe de Ron Dennis, o motor francês já decepcionava,
com seguidas explosões, na Jordan não foi diferente. O motor Hart se não era
potente pelo menos era confiável, o Peugeot prometia 70cv a mais de potência,
mas era raro não ver uma nuvem de fumaça branca e o piloto abandonando a
corrida, basta verificar as estatísticas de 1994 a 1997. Creio que surgiu daí a
injusta fama de Barrichello como “destruidor de motores”. Desde então, vejo com
enorme desconfiança os carros de rua da Peugeot. A propaganda transcende as
pistas, neste caso de forma negativa. O carro de 1995 apresentava entradas de
ar muito pequenas, que se revertiam em superaquecimento do motor, em 1996 acrescentaram outras duas nas laterais. Com a saída
da Sasol, a Jordan passa a receber o patrocínio da B & H,
incorporando o amarelo ou o dourado às suas cores. Esta coloração, com detalhes
em preto e vermelho dá ao carro um aspecto sofisticado e muito bonito. Pena que
a beleza não veio acompanhada de resultados. O carro apresentava crônicos
problemas aerodinâmicos (saía de frente em curvas de baixa e de traseira em
curvas de alta) e motor nada confiável.
Jordan Peugeot 196 - 1996
Foto: Wikipedia
8° lugar) HSBC Jaguar
Racing R1 Cosworth CR2 V10 – 2000. Para 2000 a Ford almejava retornar à F1
com equipe própria, comprando portanto a equipe Stewart, que teve um grande
ano, com resultados muito bons de Barrichello, que os levaram à Ferrari. A
equipe é batizada de Jaguar, braço esportivo da montadora e assume parceria com
o banco HSBC. Contou com os pilotos, Eddie Irvine, Johnny Herbert e Luciano Burti, porém pontuando com apenas um quarto lugar. O verde
metálico e a bela combinação com o branco e detalhes em vermelho deram um aspecto
bastante esportivo ao carro. Ao final de 2004, a Ford decide abandonar a
categoria, e vende a equipe para a Red Bull, que é hoje a principal equipe da
F1.
Herbert e o Jaguar Ford R1- 2000
Fonte: Imcphoto
7° lugar) Sasol
Jordan 194 Hart 1035 V10 – 1994. Rubens Barrichello havia estreado na F1 no
ano anterior, com boas atuações a exemplo do GP da Europa. Em 1994, com a morte
de Senna, o Brasil, acostumado com pilotos vencedores, volta seus olhos para o
garoto e sua equipe média querendo ser grande. Demasiada pressão para alguém em
sua segunda temporada, ter que substituir o maior de todos os tempos. O carro
classificado por Barrichello como “equilibrado, mas fraco” e “muito agradável
de pilotar”, esteve muitas vezes próximo do pódio, obtendo inclusive uma
terceira colocação no GP do Pacífico e a pole
position no GP da Bélgica. O carro apresentava predominantemente a cor azul
da petrolífera Sasol, com detalhes em “verde irlandês”, azul claro, vermelho e
branco. Para o público brasileiro, destacava-se o patrocínio da Arisco, que
acompanhava Rubens desde as categorias de base. Um carro simpático, com linhas
harmônicas, agradável de se ver. Uma curiosidade, é que Barrichello recebeu
este carro (sem motor), como parte de seu pagamento para a temporada de 1995.
Este encontrava-se na oficina de Sid Mosca, com acesso disponível para
visitantes.
P.S.: o programa Linha de Chegada, de Reginaldo Leme, na SporTV, é realizado na oficina de Sid Mosca, e em algumas tomadas é possível visualizá-lo.
P.S.: o programa Linha de Chegada, de Reginaldo Leme, na SporTV, é realizado na oficina de Sid Mosca, e em algumas tomadas é possível visualizá-lo.
Jordan Hart 194 - 1994
Foto: Blogs.estadao
6° lugar) Broker
Sauber Mercedes C13 Mercedes-Benz 2175B V10 – 1994. Treinos do GP da
Bélgica, chuva, surge um carro negro rodando após um erro do piloto. Observo o
carro, com suas linhas elegantes e discretas. O defini como um exemplo de carro
de F1, como se fosse uma maquete de 1:1, já que sua cor o remete aos carros nas
fases de teste, ainda sem os patrocinadores. O que seria muito simples passou a
ser muito bonito. Detalhes com uma série de pequenos círculos brancos, cinzas e
vermelhos complementavam o design do
carro. Os patrocinadores apresentavam-se em adesivos brancos, mesmo destoantes
de suas cores originais (como a Castrol), combinaram muito bem. O detalhe final
é um adesivo com um desenho da tradicional marca de relógios Tissot. Um tanto
inusitado, mas que deu uma personalidade única ao bólido. Outro fato importante
foi a potência demonstrada pelo motor Mercedes, que para a temporada seguinte migrou
para a equipe McLaren, parceria mantida até hoje.
Sauber Mercedes C13 - 1994
Foto: Farm4
Cliquem aqui para ver os cinco primeiros colocados.
Referências:
Rev. Quatro Rodas, 435 – Outubro de 1996
Rev. Quatro Rodas, 597 – Novembro de 2009
O March Judd de Gugelmin, lembro-me bem, pois assisiti um documentário ( Os anos do Tri) na temporada de 88, onde Gugelmin e seu companheiro de equipe, Ivan Capelli, andavam muito e como você citou no texto,com motores aspirados. Indo na contramão dos motores turbo, predominantes na temporada.
ResponderExcluirInteressante saber que o Adrian Newey foi o projetista desse carro ousado. Parabéns pelo texto, show!