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Mestrando na área de saúde, acompanha a Formula 1 desde o início da década de 1990. Entusiasta no cuidado automotivo, leitor e colecionador de revistas especializadas e livros sobre Ayrton Senna.

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quinta-feira, 1 de maio de 2014

20 ANOS DA MORTE DE AYRTON SENNA

Primeiro de maio de 2014. Vinte anos da morte de Ayrton Senna. Uma série de homenagens, reportagens e entrevistas nas diversas mídias. Muito bom ver o reconhecimento do legado do piloto, contudo, Como já citei anteriormente, estas manifestações surgem em momentos como 10 anos da morte, 50 anos do nascimento, 20 anos da morte, etc. Como este blog tem o objetivo de lembrar a história de Ayrton, SEMPRE, exponho aqui um programa especial, veiculado pouco tempo após o acidente de Ímola, em 1994, e um ano após a morte, no ao de 1995. Trata-se de um programa exibido pela TV Cultura intitulado: “Um Ano sem Senna”, veiculado nos anos seguintes como “Ayrton Senna Especial”.


Ayrton Senna Sempre - 20 Anos
Eu, acompanhava a temporada de 1993 muito proximamente. Lembro ao final do ano de uma animação feita pelo programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, em que Senna, fantasiado de super-herói com a cor vermelha, chuta a McLaren, dizendo que era “uma porcaria que só andava na água”. Surge então Frank Williams, que muda o seu uniforme para azul e com sotaque inglês o convida para a equipe. Àquele tempo, os fins de temporadas geravam grande ansiedade, pois seriam cerca de três meses aguardando o retorno da Formula 1, e as fantásticas corridas e vitórias de Senna. Finalmente na Williams então, a expectativa de que seria uma temporada de muitas alegrias para os brasileiros.



Williams FW 16 - Pré-temporada 1994
 Pré-temporada de 1994 com pouca cobertura da Globo. Dia: 26 de março de 1994. GP do Brasil, assisto Senna conquistar a pole position com um carro rápido, mas instável. Grande perspectiva de vitória, repetindo o feito de 1993. Durante a corrida, perda da liderança nos boxes (pouco tempo depois, soube-se que a Benetton retirou o filtro de combustível da mangueira de abastecimento, o que diminuiu o tempo do procedimento, permitindo o retorno mais rápido à pista e a ultrapassagem, e provas depois, um extravasamento de gasolina por obstrução provocou um incêndio surpreendente no carro de Jos Verstappen em Hockenheim, confirmando a retirada do filtro), após algumas voltas, Senna roda na junção.


17 de abril de 1994. GP do Pacífico, Aida, Japão. Madrugada de domingo, dormi na frente da TV. Acordo no momento da batida de Hakkinen em Senna e volto a dormir. Acordo mais algumas vezes, vejo que no final, Rubens Barrichello alcança o pódio. Durmo em definitivo. No dia seguinte, lamento mais uma corrida abandonada. Todas as expectativas ficam para o próximo GP.



GP de San Marino, Ímola, Itália. Vi a reportagem sobre a batida de Rubinho no treino livre. Em um de suas últimas entrevistas, Senna disse que viu o compatriota após pular o muro do hospital e que ele estava bem. Não me recordo de ter assistido o treino oficial de sábado, vendo os acontecidos novamente em uma reportagem. Morre o austríaco Roland Ratzenberger. O GP já deveria ter sido cancelado neste momento, mas os interesses comerciais (leia-se Bernie Ecclestone) prevaleceram.


Ayrton Senna em conferência de imprensa
Foto: Fans Share

Primeiro de maio de 1994. Diversas reportagens apontam o ocorrido como uma daquelas situações em que todos lembramos o que estávamos fazendo no referido dia. Eu, então aos dezesseis anos de idade, estava acompanhando o GP, na companhia de dois amigos, enquanto “arranhava” o violão, com uma revista de cifras. Não gosto de relembrar o acidente, e em reexibições das imagens evito revê-las. Tinha muita aversão àquela Williams-Rothmans, somente recentemnte passei a apreciar o contraste do azul royal, com o capacete amarelo. Narra Galvão Bueno: “Seis voltas completadas... É a parte de maior velocidade, eles vão atingir aos 330 quilômetros por hora! Senna bateu forte!”. A partir de então, uma grande demora no atendimento, e a percepção de que o acidente tinha sido grave.

Após a retirada do piloto do cockpit, o helicóptero focaliza uma poça de sangue no chão, levantando a câmera rapidamente para escondê-la da transmissão. O helicóptero decola e a seguir horas de angústia sobre o estado de saúde de Ayrton Senna. Finalmente, Roberto Cabrini anuncia: "Morreu Ayrton Senna da Silva.Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar". Seguem-se então notícias sobre o falecimento. José Wilker no Domingão do Faustão, o Fantástico, os dias seguintes aguardando a chegada do corpo para o velório, especulações sobre a causa do acidente, uma grande comoção e luto nacional. As ruas de São Paulo tomadas pelos fãs do piloto, muita dor, muita tristeza.




A partir de então tive a oportunidade de conhecer de fato a carreira de Senna. Gravei o programa citado em VHS. Havia sido exibido em conjunto com um programa sobre o tetracampeonato de futebol. Revi muitas e muitas vezes ao longo dos anos. Só recentemente consegui uma cópia digitalizada. Relevem a qualidade da imagem, pois foi masterizada de uma gravação antiga, com algumas imperfeições. O que vale é seu valor histórico e sua produção muito bem feita, juntamente com uma trilha sonora de muito bom gosto e muito bem elaborada.


*Postei o vídeo mas os detentores dos direitos da F1 solicitaram a retirada. Uma série de informações de 20 anos atrás indisponíveis. Tentarei colocar em outro servidor.


McLaren 1991
Foto:Fans Share

Começa com algumas provas de kart promovidas por Ayrton em sua pista particular, em Tatuí, São Paulo, 1991, ao som de Seven Days – Bob Dylan. Pista esta que encontra-se no jogo Ayrton Senna’s Super MonacoGP.


Bruno Senna ainda criança é entrevistado, após vencer uma das baterias. Sem muito jeito com as palavras, faz as pessoas rirem. Concordando com o repórter, afirma que deseja ser um piloto de Formula 1, com a reprovação da mãe, Viviane Senna. Ayrton, bastante feliz com o desempenho do sobrinho, brinca: “ô pé-de-breque...”. E Cabrini, como sempre, colado ao piloto.
 
Alguns trechos das baterias e do pódio, com a trilha de Father and Son – Cat Stevens.  Começo de 1983, entrevista de Senna, que segura uma das sobrinhas, no aeroporto, de onde partirá para disputar a Formula 3. Os pais de Ayrton também falam de suas expectativas.



A seguir, Senna fala das suas vitórias nas categorias de acesso. Imagens da F3, “Senna bate todos os recordes”, ouvimos Steve Vai. “GP de Mônaco/1984 – Senna 2º lugar em sua sexta prova”. Senna afirma que tudo indica que passaria Prost, mas que também estava sujeito a sofrer um acidente e abandonar a corrida.


Depoimentos dos jornalistas Fernando Calmon, Roberto Ferreira e de um jovem Lito Cavalcanti: “ele pode ser o homem que vai quebrar o recorde dos cinco campeonatos mundiais do Juan Manuel Fangio. Sem dúvida não falta potencial nem talento nem vontade pra esse garoto”. Todos exaltando o desempenho nas primeiras provas que disputou na F1.


A primeira vitória na F1, no GP de Portugal de 1985, sob muita chuva. Os testes com a moderna Lotus-Honda de 1987 e seus sensores experimentais, na caixa, Rock and Roll – Led Zepepelin. Na pré-temporada 2014, enquanto muitos reclamavam dos som dos propulsores, os motores turbo me remeteram à esta época, os turbos dos anos 80. Senna e o tradicional macacão amarelo, em uma longa entrevista. A primeira vitória em Mônaco e os números da temporada. “Senna voa em um caça da FAB”.

Senna e o tradicional capacete
Senna concede uma entrevista ao lado do jogador Moser, declara ser corintiano e que vai torcer para o Flamengo, do jogador, no Fla-Flu que acontecerá. No primeiro de maio de 1994, as torcidas de Flamengo e Vasco cantam em homenagem ao piloto: “Olê, olê olê, olê. Senna, Senna...”

"Os Anos de Ouro na McLaren”. 1988 – Nas palavras do piloto: “A médio-longo prazo essa estrutura nova da McLaren vai trazer bons resultados”. “McLaren-Honda, um casamento que provavelmente vai ser o mais forte que existiu até hoje na formula 1”.
 
Senna é condecorado pela FAB. A preparação física, o piloto foi um dos primeiros a se desenvolver como atleta no automobilismo, nas mãos do inovador Nuno Cobra. O título de 1988.
 
Senna voa em um Mirage da FAB a 1800km/h, enquanto ouvimos: The Sky is Crying – Steve Ray Vaugh.
1989 – “Prova decisiva do campeonato. Suzuka – Japão. Por ser empurrado para voltar à pista Senna é penalizado, e perde os pontos da vitória” (na verdade por utilizar uma pista interna, uma desculpa de Balestre para punir o brasileiro em favor do francês. Parece-me Eric Clapton ou Jimi Hendrix na guitarra, não tenho certeza. “Balestre supende Senna por seis meses com direito a sursis”. Prost e Senna comentam a punição. “I never caused the accident in Suzuka, was never my responsibility…”.  
1990 – A possibilidade de Senna não disputar a temporada, e os embates com a FISA.


Senna, descontraído
Foto: Fans Share


Breve a segunda parte.

Um comentário:

  1. Belo post meu amigo. A riqueza sem detalhes chama a atenção e nos teletransporta ao passado.

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