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Mestrando na área de saúde, acompanha a Formula 1 desde o início da década de 1990. Entusiasta no cuidado automotivo, leitor e colecionador de revistas especializadas e livros sobre Ayrton Senna.

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

ESCOLHENDO UM CARRO COMPACTO NOVO (PARTE 2)

No post anterior, vimos algumas informações sobre opcionais indispensáveis na escolha de um carro compacto novo. Segue agora um resumo de visitas às concessionárias, impressões sobre os carros, test-drives, etc.
O carro anterior era um Gol G4, um bom modelo, mas chega um momento que o veículo gera tantas despesas com manutenção que é melhor utilizar este numerário em parcelas na aquisição de um modelo novo. O porta-malas também já estava deixando a desejar. Os 280 litros já não atendiam a demanda por espaço, chegou a hora de optar por um sedã.
A pesquisa foi realizada durante seis meses, no segundo semestre de 2011.
 
1) Chevrolet Prisma Maxx 1.4 Econoflex 8V (modelo antigo)
Atendimento: aguardei para ser atendido, contato direto com o vendedor, negociação bem travada, sem margem para maiores diálogos, irredutível no preço.
Chevrolet Prisma 1.4
O Carro: Prisma, o “celta sedã”. E de fato, a impressão é de estar diante de um celta com um porta-malas mais avantajado. Os 439 litros representam um grande espaço para bagagem, mas para quem tem cerca de 1,80 o assento do motorista é bastante desconfortável. O volante fica disposto de maneira muito baixa, comprometendo a ergonomia.
Painel do Prisma
Test-drive: o motor 1.4 parecia muito mais 1.0. Aceleração e retomadas muito vagarosas. Painel e interior com acabamento bastante simples. Como veio para substituir o Corsa Classic, e apresenta muita semelhança com este modelo, não me passou uma boa dirigibilidade. Potência máxima: 97cv. Não parece.

2) Chevrolet Corsa Sedan Premium 1.4 8v
Atendimento: mesma concessionária e vendedor do Prisma.
Chevrolet Corsa Sedan 1.4
Foto: Quatro Rodas 
O Carro: mesmo com muita resistência à linha Classic, o Premium foi cogitado, apesar de muitas semelhanças. O design apresentava muita similaridade com o Voyage. Melhor ergonomia que Classic e Prisma. Porta-malas: 432 litros.
Test-drive: não havia uma unidade disponível, foi possível apenas avaliar o interior, ergonomia, acabamento, etc.

3) Fiat Siena EL 1.4 8V
Atendimento: recepção bastante movimentada, várias pessoas atendidas de forma ordeira em várias mesas circulares. Direcionado a uma mesa aonde a vendedora chegaria em instantes, o que ocorreu. Negociação com seguidas reduções de preço, em vários contatos, e muita cordialidade.
Fiat Siena EL 1.4
Foto: Fiat
O Carro: bem equipado, com uma série de opcionais (com preço mais acessível que outras marcas), contando inclusive com computador de bordo. Porta-malas com 500 litros, bastante espaçoso. Posição de dirigir baixa semelhante à do Voyage. Muitas críticas de usuários quanto ao alto consumo.
 
Painel do Fiat Siena
Foto: Fiat
Test-drive: a concessionária não realizava, e a vendedora informou que ninguém havia solicitado antes, que é comum comprarem sem requerer este expediente. Mas que haveria a possibilidade de testar uma unidade no estacionamento da loja em outra data, o que não chegou a acontecer.

4) Volkswagen Voyage 1.0 8V Total Flex
Atendimento: vendedora indicada de um amigo, muito bem atendido, porém, a negociação ficou estagnada em determinado valor, bastante acima dos concorrentes. Melhor avaliação do usado que as outras concessionárias (cerca de R$2.000,00 de diferença), muito mais em razão da indicação.
 



VW Voyage
O Carro: era a opção inicial, contudo a VW costuma praticar preços de veículos e serviços acima da concorrência. Difícil montar o carro com ar condicionado e poucos opcionais sem pagar caro. O 1.6, equipado costuma invadir a faixa de preço dos carros médios. Porta-malas: 480 litros, com alças de pescoço de ganso, que somente vão atrapalhar com a capacidade total preenchida.
Painel do VW Voyage
Test-drive: uma grande familiaridade na condução, diferença apenas na suspensão traseira, que parecia mais elevada que o Gol G4. Contudo, o motor 1.0 mostrou-se muito fraco, menos potente que o Gol.

5) Renault Symbol Privilège 1.6 16V
Atendimento: ida à concessionária para ver o Logan, contudo, resolvi conhecer o Symbol, que parecia bem moderno e potente.
 



Renault Symbol
Foto: Renault
O Carro: no comercial parecia ter o porte de um Logan, mas é na verdade baseado no Clio Sedan. Muito pequeno, alguém de maior porte sofreria para sentar no banco traseiro. Muitas reclamações na internet sobre problemas no motor. Porta-malas: 506 litros.
Painel do Renault Symbol
Foto: Renault
 Test-drive: não se aplica, descartado, mas creio que não havia para teste.
 
6) Renault Logan Expression 1.6 8V
Atendimento: circulando entre os modelos enquanto aparecia algum preposto na recepção, que estava vazia. A partir de então, aguardando um vendedor disponível para atendimento. Vendedor um pouco inexperiente, se equivocou na coleta de dados e acabou me entregando o cadastro, ficando sem meus contatos.
Renault Logan
Foto: Renault
O Carro: desde o seu lançamento, design não era o seu ponto forte. Quadradão, linhas retas, remetendo ao Renault 19 Sedan, um carro dos anos 1990!!! Com o passar do tempo foi adquirindo linhas mais harmoniosas e detalhes cromados que melhoraram seu visual. O seu diferencial é o porta-malas de 510 litros, o maior da categoria por um bom tempo, o que favoreceu a aquisição por frotistas. A mecânica Renault também trabalha a favor do modelo, com a confiabilidade da marca e revisão com bons preços. O sedã também costuma apresentar valores mais acessíveis que a concorrência.
 
Test-drive: não foi cogitado, motivo à seguir, no próximo modelo.

7) Renault Sandero Privillège 1.6 8V
 Atendimento: iniciado na mesma concessionária do Logan, mas concluído na concorrente. Interesse em um modelo de cor dourada metálica, mas havia apenas a branca e a azul (top de linha, Privillège), que por negociação sairia pelo valor da versão Expression. Localizei o modelo com a cor desejada (Bege Poivre) em um feirão de vendas na versão Privillège, consumando a compra na outra loja.
Renault Sandero
Foto: Renault
O Carro: inicialmente surpreende pelo tamanho, basta observá-lo ao lado de um Corsa ou Palio, bastante largo também, mais do que os outros compactos, quase um modelo médio. Desejava um sedã, mas observando o porta-malas (320 litros), achei suficiente, juntamente com a praticidade de possuir um hatch. Internamente também é bastante espaçoso. Três pessoas viajam no banco traseiro bem acomodadas. A pintura passou um aspecto de qualidade, com as metálicas dando uma característica de luminosidade, fato observado apenas nos carros da VW, Honda e Jac.



Interior do Sandero (esta alavanca pertence ao modelo com câmbio automático)
Foto: Renault
Test-drive: o vendedor (o mesmo do Logan) sequer solicitou minha habilitação para fotocopiar, a exemplo das demais concessionárias. A postura elevada ao dirigir é um grande diferencial, permitindo melhor visualização na direção, impressão que não se tem observando o veículo de fora. Dirigir um Sandero após sair de um Gol G4 é uma enorme diferença. A princípio não parecia um modelo 1.6, culpa mais das longas relações de marchas do que do propulsor, que apresenta maior torque por volta das 3300 RPM, o trânsito do fim de tarde também comprometeu. Suspensão dura a exemplo do Gol. Direção hidráulica ajustada de forma moderada: mais macia que a mecânica, porém firme na medida certa, o que não é comum em muitos modelos.

Considerações Finais: o Sandero foi escolhido pelos motivos listados, as revisões com preço fixo também estimularam a aquisição (R$129,00 a primeira na época), bem como o histórico da montadora francesa no automobilismo. Muita gente tem restrições à marca, acreditando tratar-se de modelos importados, o que não procede. A fábrica nacional localiza-se em São José dos Pinhais, no Paraná. Breve o modelo será destrinchado aqui no blog, repassando as impressões, pontos fortes e fracos, revisões e etc., neste quase um ano e meio desde a aquisição. Este é um grande modelo, ainda muito subestimado.
Portanto antes de comprar um carro, seguem algumas dicas:

1) Converse com usuários dos modelos, apesar de muitos serem passionais, é possível colher boas informações, como consumo, custo nas manutenções, rede de serviços, etc. Taxistas são excelentes referências, visto que grande parte do dia passam nos veículos, possuindo muitas informações.

2) Conheça o carro de perto, vá às concessionárias, e sempre solicite o test-drive, pois lembre-se que é bem provável que passará anos com o veículo, e deverá estar confortável em sua direção e consciente de sua aquisição.

3) Observe nas ruas a quantidade de modelos circulando, o que dá uma ideia da aceitação pela população, bem como se a rede de serviços comporta a demanda.

4) Visite os sites das montadoras, monte o seu modelo de acordo com a sua aspiração, tenha uma idéia do preço, o que favorecerá a negociação. Observe também as fichas técnicas, que demonstrarão as capacidades (tanque, porta-malas, reservatórios), bem como o peso do veículo e potência, que poderão dar estimativas sobre o desempenho.

5) Consulte os valores das revisões, o preço das peças comumente trocadas nos primeiros serviços, e se há fornecedores suficientes (determinada marca está retirando peças de automóveis novos do pátio para suprir a demanda das revisões, visto não dispor de estoque suficiente, segundo a Revista Carro Hoje).

6) Modelos novos de carros costumam apresentar problemas nas primeiras unidades (mecânica, acabamento), seria prudente evitá-los. Ex: o Gol G5 apresentou graves problemas de lubrificação de partes do motor, comprometendo sua vida útil; problemas de alto consumo (cerca de 5,5km/l na versão 1.0) e de falha nos freios. Todos relatados por vários usuários.

7) Consulte as revistas especializadas, informações profissionais serão úteis, contudo costumam exagerar nos pontos fracos, muitas vezes irrelevantes, como em alguns casos de acabamento. Tendem também a dar maior pontuação aos modelos mais recentes, além de em algumas casos não serem imparciais.

8) Pesquise na internet sobre a opinião dos usuários, o que gostam e não gostam nos modelos, e seu relato no trato com o carro.

9) Busque cotações de seguro, verifique se o veículo é muito visado para roubos, o que elevará o valor da cobertura. Estime também os custos do IPVA.

Confira aqui o: TESTE – RENAULT SANDERO 1.6 8V, com informações detalhadas.


Referências

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