Primeiro
de maio de 2014. Vinte anos da morte de Ayrton Senna. Uma série de homenagens,
reportagens e entrevistas nas diversas mídias. Muito bom ver o reconhecimento
do legado do piloto, contudo, Como já citei anteriormente, estas manifestações surgem
em momentos como 10 anos da morte, 50 anos do nascimento, 20 anos da morte,
etc. Como este blog tem o objetivo de lembrar a história de Ayrton, SEMPRE, exponho
aqui um programa especial, veiculado pouco tempo após o acidente de Ímola, em
1994, e um ano após a morte, no ao de 1995. Trata-se de um programa exibido
pela TV Cultura intitulado: “Um Ano sem Senna”, veiculado nos anos seguintes
como “Ayrton Senna Especial”.
Ayrton Senna Sempre - 20 Anos
Eu,
acompanhava a temporada de 1993 muito proximamente. Lembro ao final do ano de uma
animação feita pelo programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, em que Senna,
fantasiado de super-herói com a cor vermelha, chuta a McLaren, dizendo que era “uma
porcaria que só andava na água”. Surge então Frank Williams, que muda o seu
uniforme para azul e com sotaque inglês o convida para a equipe. Àquele tempo,
os fins de temporadas geravam grande ansiedade, pois seriam cerca de três meses
aguardando o retorno da Formula 1, e as fantásticas corridas e vitórias de
Senna. Finalmente na Williams então, a expectativa de que seria uma temporada
de muitas alegrias para os brasileiros.
Williams FW 16 - Pré-temporada 1994
17
de abril de 1994. GP do Pacífico, Aida, Japão. Madrugada de domingo, dormi na
frente da TV. Acordo no momento da batida de Hakkinen em Senna e volto a dormir.
Acordo mais algumas vezes, vejo que no final, Rubens Barrichello alcança o
pódio. Durmo em definitivo. No dia seguinte, lamento mais uma corrida
abandonada. Todas as expectativas ficam para o próximo GP.
GP
de San Marino, Ímola, Itália. Vi a reportagem sobre a batida de Rubinho no
treino livre. Em um de suas últimas entrevistas, Senna disse que viu o
compatriota após pular o muro do hospital e que ele estava bem. Não me recordo
de ter assistido o treino oficial de sábado, vendo os acontecidos novamente em
uma reportagem. Morre o austríaco Roland Ratzenberger. O GP já deveria ter sido
cancelado neste momento, mas os interesses comerciais (leia-se Bernie
Ecclestone) prevaleceram.
Ayrton Senna em conferência de imprensa
Primeiro
de maio de 1994. Diversas reportagens apontam o ocorrido como uma daquelas
situações em que todos lembramos o que estávamos fazendo no referido dia. Eu, então
aos dezesseis anos de idade, estava acompanhando o GP, na companhia de dois
amigos, enquanto “arranhava” o violão, com uma revista de cifras. Não gosto de
relembrar o acidente, e em reexibições das imagens evito revê-las. Tinha muita
aversão àquela Williams-Rothmans, somente recentemnte passei a apreciar o
contraste do azul royal, com o
capacete amarelo. Narra Galvão Bueno: “Seis
voltas completadas... É a parte de maior velocidade, eles vão atingir aos 330 quilômetros
por hora! Senna bateu forte!”. A partir de então, uma grande demora no
atendimento, e a percepção de que o acidente tinha sido grave.
Após a retirada
do piloto do cockpit, o helicóptero
focaliza uma poça de sangue no chão, levantando a câmera rapidamente para
escondê-la da transmissão. O helicóptero decola e a seguir horas de angústia
sobre o estado de saúde de Ayrton Senna. Finalmente, Roberto Cabrini anuncia: "Morreu Ayrton Senna da Silva.Uma
notícia que a gente nunca gostaria de dar". Seguem-se então notícias
sobre o falecimento. José Wilker no Domingão do Faustão, o Fantástico, os dias
seguintes aguardando a chegada do corpo para o velório, especulações sobre a
causa do acidente, uma grande comoção e luto nacional. As ruas de São Paulo
tomadas pelos fãs do piloto, muita dor, muita tristeza.
A
partir de então tive a oportunidade de conhecer de fato a carreira de Senna. Gravei
o programa citado em VHS. Havia sido exibido em conjunto com um programa sobre
o tetracampeonato de futebol. Revi muitas e muitas vezes ao longo dos anos. Só
recentemente consegui uma cópia digitalizada. Relevem a qualidade da imagem,
pois foi masterizada de uma gravação antiga, com algumas imperfeições. O que
vale é seu valor histórico e sua produção muito bem feita, juntamente com uma
trilha sonora de muito bom gosto e muito bem elaborada.
McLaren
1991
Começa
com algumas provas de kart promovidas por Ayrton em sua pista particular, em Tatuí,
São Paulo, 1991, ao som de Seven Days –
Bob Dylan. Pista esta que encontra-se no jogo Ayrton Senna’s Super MonacoGP.
Bruno
Senna ainda criança é entrevistado, após vencer uma das baterias. Sem muito
jeito com as palavras, faz as pessoas rirem. Concordando com o repórter, afirma
que deseja ser um piloto de Formula 1, com a reprovação da mãe, Viviane Senna.
Ayrton, bastante feliz com o desempenho do sobrinho, brinca: “ô pé-de-breque...”. E Cabrini, como
sempre, colado ao piloto.
Alguns
trechos das baterias e do pódio, com a trilha de Father and Son – Cat Stevens. Começo de 1983, entrevista de Senna, que
segura uma das sobrinhas, no aeroporto, de onde partirá para disputar a Formula
3. Os pais de Ayrton também falam de suas expectativas.
A
seguir, Senna fala das suas vitórias nas categorias de acesso. Imagens da F3, “Senna bate todos os recordes”, ouvimos
Steve Vai. “GP de Mônaco/1984 – Senna 2º
lugar em sua sexta prova”. Senna afirma que tudo indica que passaria Prost,
mas que também estava sujeito a sofrer um acidente e abandonar a corrida.
Depoimentos
dos jornalistas Fernando Calmon, Roberto Ferreira e de um jovem Lito Cavalcanti:
“ele pode ser o homem que vai quebrar o
recorde dos cinco campeonatos mundiais do Juan Manuel Fangio. Sem dúvida não falta
potencial nem talento nem vontade pra esse garoto”. Todos exaltando o
desempenho nas primeiras provas que disputou na F1.
A
primeira vitória na F1, no GP de Portugal de 1985, sob muita chuva. Os testes
com a moderna Lotus-Honda de 1987 e seus sensores experimentais, na caixa, Rock and Roll – Led Zepepelin. Na
pré-temporada 2014, enquanto muitos reclamavam dos som dos propulsores, os
motores turbo me remeteram à esta época, os turbos dos anos 80. Senna e o
tradicional macacão amarelo, em uma longa entrevista. A primeira vitória em
Mônaco e os números da temporada. “Senna
voa em um caça da FAB”.
Senna e o tradicional capacete
Senna
concede uma entrevista ao lado do jogador Moser, declara ser corintiano e que
vai torcer para o Flamengo, do jogador, no Fla-Flu que acontecerá. No primeiro
de maio de 1994, as torcidas de Flamengo e Vasco cantam em homenagem ao piloto:
“Olê, olê olê, olê. Senna, Senna...”
"Os Anos de Ouro
na McLaren”.
1988 – Nas palavras do piloto: “A
médio-longo prazo essa estrutura nova da McLaren vai trazer bons resultados”.
“McLaren-Honda, um casamento que
provavelmente vai ser o mais forte que existiu até hoje na formula 1”.
Senna
é condecorado pela FAB. A preparação física, o piloto foi um dos primeiros a se
desenvolver como atleta no automobilismo, nas mãos do inovador Nuno Cobra. O
título de 1988.
Senna
voa em um Mirage da FAB a 1800km/h, enquanto ouvimos: The Sky is Crying – Steve Ray Vaugh.
1989
– “Prova decisiva do campeonato. Suzuka –
Japão. Por ser empurrado para voltar à pista Senna é penalizado, e perde os
pontos da vitória” (na verdade por utilizar uma pista interna, uma desculpa
de Balestre para punir o brasileiro em favor do francês. Parece-me Eric Clapton
ou Jimi Hendrix na guitarra, não tenho certeza. “Balestre supende Senna por seis meses com direito a sursis”. Prost e Senna comentam a punição. “I never caused the accident in Suzuka, was never my responsibility…”.
1990
– A possibilidade de Senna não disputar a temporada, e os embates com a FISA.
Senna, descontraído
Breve a segunda parte.