No post anterior, vimos algumas informações
sobre opcionais indispensáveis na escolha de um carro compacto novo.
Segue agora um resumo de visitas às concessionárias, impressões sobre os
carros, test-drives, etc.
O carro anterior era um Gol G4, um bom modelo, mas chega um momento que o veículo gera tantas
despesas com manutenção que é melhor utilizar este numerário em parcelas na aquisição de um modelo novo. O porta-malas
também já estava deixando a desejar. Os 280 litros já não atendiam a demanda
por espaço, chegou a hora de optar por um sedã.
A pesquisa foi realizada
durante seis meses, no segundo semestre de 2011.
1) Chevrolet Prisma Maxx 1.4 Econoflex 8V (modelo antigo)
Atendimento: aguardei
para ser atendido, contato direto com o vendedor, negociação bem travada, sem
margem para maiores diálogos, irredutível no preço.
Chevrolet Prisma 1.4
O Carro: Prisma,
o “celta sedã”. E de fato, a impressão é de estar diante de um celta com um
porta-malas mais avantajado. Os 439 litros representam um grande espaço para
bagagem, mas para quem tem cerca de 1,80 o assento do motorista é bastante
desconfortável. O volante fica disposto de maneira muito baixa, comprometendo a
ergonomia.
Painel do Prisma
Test-drive: o motor 1.4 parecia muito mais 1.0.
Aceleração e retomadas muito vagarosas. Painel e interior com acabamento
bastante simples. Como veio para substituir o Corsa Classic, e apresenta muita
semelhança com este modelo, não me passou uma boa dirigibilidade. Potência
máxima: 97cv. Não parece.
2) Chevrolet
Corsa Sedan Premium 1.4 8v
Atendimento: mesma
concessionária e vendedor do Prisma.
Chevrolet Corsa Sedan 1.4
O Carro: mesmo com muita resistência à linha Classic, o Premium foi cogitado, apesar de muitas
semelhanças. O design apresentava
muita similaridade com o Voyage. Melhor ergonomia que Classic e Prisma.
Porta-malas: 432 litros.
Test-drive: não havia uma unidade disponível, foi
possível apenas avaliar o interior, ergonomia, acabamento, etc.
3) Fiat Siena EL 1.4 8V
Atendimento: recepção
bastante movimentada, várias pessoas atendidas de forma ordeira em várias mesas
circulares. Direcionado a uma mesa aonde a vendedora chegaria em instantes, o
que ocorreu. Negociação com seguidas reduções de preço, em vários contatos, e
muita cordialidade.
Fiat Siena EL 1.4
O Carro: bem
equipado, com uma série de opcionais (com preço mais acessível que outras
marcas), contando inclusive com computador de bordo. Porta-malas com 500 litros,
bastante espaçoso. Posição de dirigir baixa semelhante à do Voyage. Muitas críticas de usuários quanto ao alto consumo.
Painel do Fiat Siena
Test-drive: a concessionária não realizava, e a
vendedora informou que ninguém havia solicitado antes, que é comum comprarem sem
requerer este expediente. Mas que haveria a possibilidade de testar uma unidade
no estacionamento da loja em outra data, o que não chegou a acontecer.
4) Volkswagen Voyage 1.0 8V Total Flex
Atendimento: vendedora indicada
de um amigo, muito bem atendido, porém, a negociação ficou estagnada em
determinado valor, bastante acima dos concorrentes. Melhor avaliação do usado
que as outras concessionárias (cerca de R$2.000,00 de diferença), muito mais em razão da indicação.
VW Voyage
O Carro: era
a opção inicial, contudo a VW costuma praticar preços de veículos e serviços
acima da concorrência. Difícil montar o carro com ar condicionado e poucos opcionais sem
pagar caro. O 1.6, equipado costuma invadir a faixa de preço dos carros médios.
Porta-malas: 480 litros, com alças de pescoço de ganso, que somente vão
atrapalhar com a capacidade total preenchida.
Painel do VW Voyage
Test-drive: uma grande familiaridade na condução,
diferença apenas na suspensão traseira, que parecia mais elevada que o Gol G4.
Contudo, o motor 1.0 mostrou-se muito fraco, menos potente que o Gol.
5) Renault
Symbol Privilège 1.6 16V
Atendimento: ida
à concessionária para ver o Logan, contudo, resolvi conhecer o Symbol, que
parecia bem moderno e potente.
Renault Symbol
O Carro: no
comercial parecia ter o porte de um Logan, mas é na verdade baseado no Clio Sedan.
Muito pequeno, alguém de maior porte sofreria para sentar no banco traseiro.
Muitas reclamações na internet sobre problemas no motor. Porta-malas: 506
litros.
Painel do Renault Symbol
Test-drive: não se aplica, descartado, mas creio que não
havia para teste.
6) Renault Logan Expression 1.6 8V
Atendimento: circulando
entre os modelos enquanto aparecia algum preposto na recepção, que estava vazia.
A partir de então, aguardando um vendedor disponível para atendimento. Vendedor
um pouco inexperiente, se equivocou na coleta de dados e acabou me entregando o
cadastro, ficando sem meus contatos.
Renault Logan
O Carro: desde
o seu lançamento, design não era o
seu ponto forte. Quadradão, linhas retas, remetendo ao Renault 19 Sedan,
um carro dos anos 1990!!! Com o passar do tempo foi adquirindo linhas mais
harmoniosas e detalhes cromados que melhoraram seu visual. O seu diferencial é
o porta-malas de 510 litros, o maior da categoria por um bom tempo, o que
favoreceu a aquisição por frotistas. A mecânica Renault também trabalha a favor
do modelo, com a confiabilidade da marca e revisão com bons preços. O sedã
também costuma apresentar valores mais acessíveis que a concorrência.
Test-drive: não foi cogitado, motivo à seguir, no próximo
modelo.
7) Renault Sandero Privillège 1.6 8V
Atendimento: iniciado
na mesma concessionária do Logan, mas concluído na concorrente. Interesse em um
modelo de cor dourada metálica, mas havia apenas a branca e a azul (top de linha, Privillège), que por
negociação sairia pelo valor da versão Expression. Localizei o modelo com a cor
desejada (Bege Poivre) em um feirão de vendas na versão Privillège, consumando a
compra na outra loja.
Renault Sandero
O Carro: inicialmente
surpreende pelo tamanho, basta observá-lo ao lado de um Corsa ou Palio,
bastante largo também, mais do que os outros compactos, quase um modelo médio.
Desejava um sedã, mas observando o porta-malas (320 litros), achei suficiente,
juntamente com a praticidade de possuir um hatch.
Internamente também é bastante espaçoso. Três pessoas viajam no banco traseiro
bem acomodadas. A pintura passou um aspecto de qualidade, com as metálicas
dando uma característica de luminosidade, fato observado apenas nos carros da
VW, Honda e Jac.
Interior do Sandero (esta alavanca pertence ao modelo com câmbio automático)
Test-drive: o vendedor (o mesmo do Logan) sequer solicitou
minha habilitação para fotocopiar, a exemplo das demais concessionárias. A
postura elevada ao dirigir é um grande diferencial, permitindo melhor visualização
na direção, impressão que não se tem observando o veículo de fora. Dirigir um
Sandero após sair de um Gol G4 é uma enorme diferença. A princípio não parecia
um modelo 1.6, culpa mais das longas relações de marchas do que do propulsor,
que apresenta maior torque por volta das 3300 RPM, o trânsito do fim de tarde
também comprometeu. Suspensão dura a exemplo do Gol. Direção hidráulica
ajustada de forma moderada: mais macia que a mecânica, porém firme na medida
certa, o que não é comum em muitos modelos.
Considerações Finais: o Sandero foi escolhido pelos motivos listados, as revisões com preço
fixo também estimularam a aquisição (R$129,00 a primeira na época), bem como o
histórico da montadora francesa no automobilismo. Muita gente tem restrições à
marca, acreditando tratar-se de modelos importados, o que não procede. A
fábrica nacional localiza-se em São José dos Pinhais, no Paraná. Breve o modelo
será destrinchado aqui no blog,
repassando as impressões, pontos fortes e fracos, revisões e etc., neste quase
um ano e meio desde a aquisição. Este é um grande
modelo, ainda muito subestimado.
Portanto antes de
comprar um carro, seguem algumas dicas:
1) Converse com
usuários dos modelos, apesar de muitos serem passionais, é possível colher boas
informações, como consumo, custo nas manutenções, rede de serviços, etc. Taxistas
são excelentes referências, visto que grande parte do dia passam nos veículos,
possuindo muitas informações.
2) Conheça o carro de
perto, vá às concessionárias, e sempre solicite o test-drive, pois lembre-se que é bem provável que passará anos com
o veículo, e deverá estar confortável em sua direção e consciente de sua
aquisição.
3) Observe nas ruas a
quantidade de modelos circulando, o que dá uma ideia da aceitação pela
população, bem como se a rede de serviços comporta a demanda.
4) Visite os sites das montadoras, monte o seu modelo
de acordo com a sua aspiração, tenha uma idéia do preço, o que favorecerá a
negociação. Observe também as fichas técnicas, que demonstrarão as capacidades
(tanque, porta-malas, reservatórios), bem como o peso do veículo e potência,
que poderão dar estimativas sobre o desempenho.
5) Consulte os valores
das revisões, o preço das peças comumente trocadas nos primeiros serviços, e se
há fornecedores suficientes (determinada marca está retirando peças de
automóveis novos do pátio para suprir a demanda das revisões, visto não dispor
de estoque suficiente, segundo a Revista Carro Hoje).
6) Modelos novos de
carros costumam apresentar problemas nas primeiras unidades (mecânica,
acabamento), seria prudente evitá-los. Ex: o Gol G5 apresentou graves problemas
de lubrificação de partes do motor, comprometendo sua vida útil; problemas de
alto consumo (cerca de 5,5km/l na versão 1.0) e de falha nos freios. Todos relatados
por vários usuários.
7) Consulte as revistas
especializadas, informações profissionais serão úteis, contudo costumam
exagerar nos pontos fracos, muitas vezes irrelevantes, como em alguns casos de
acabamento. Tendem também a dar maior pontuação aos modelos mais recentes, além
de em algumas casos não serem imparciais.
8) Pesquise na internet
sobre a opinião dos usuários, o que gostam e não gostam nos modelos, e seu relato
no trato com o carro.
9) Busque cotações de
seguro, verifique se o veículo é muito visado para roubos, o que elevará o
valor da cobertura. Estime também os custos do IPVA.
Referências