Este Blog tem como objetivos: trazer informações técnicas, teóricas e empíricas sobre automóveis de rua (características, consumo, manutenção, comparativos, cuidados com lavagem e enceramento); rever a história do piloto Ayrton Senna, detalhando os GPs disputados; comentar eventualmente a F1 atual e outras categorias, utilizando elementos de metodologia científica na elaboração dos textos.
Mestrando na área de saúde, acompanha a Formula 1 desde o início da década de 1990. Entusiasta no cuidado automotivo, leitor e colecionador de revistas especializadas
e livros sobre Ayrton Senna.
Tenho predileção por músicas das décadas
1980-90, e gosto de pouca coisa de épocas mais recentes. Dessas poucas músicas,
resolvi rever uma esta semana e ao assistir o clip, que não conhecia, uma grata
surpresa. É ambientado em um kartódromo tipo indoor, focando na disputa entre
dois pilotos, que rivalizam desde a colocação dos macacões nos vestiários até o
fim das duas baterias, ao som do estilo synthpop.
Trata-se da música Tell Me Why, do grupo
sueco Supermode, de 2006:
Uma disputa de velocidade, belas
mulheres na torcida e diferenças acertadas na pista. Noto uma pequena
semelhança com a antiga rivalidade McLaren x Ferrari. Macacão vermelho com
pequeno logotipo amarelo na sapatilha remetendo à equipe italiana, macacão
branco com pequena semelhança aos prateados da equipe inglesa. Teria sido inspirado
na F1? Fica a dúvida.
A seguir o piloto ponteiro roda, após
acenar para a torcida, comemorando a liderança. Outra semelhança com a F1,
situação sofrida por Nigel Mansell ao acenar para as arquibancadas a poucos
metros do fim de um GP, deixando o carro morrer e abandonando a prova.
Inclusive os capacetes possuem as mesmas cores.
Até que "um novo piloto”, pra lá de
especial, assume o Kart número 08 na nova bateria, assume a liderança, e vence,
e os dois pilotos do início voltam para o vestiário se lamentando.
E como disse um amigo que também viu o
clip: “Mulheres, velocidade e gasolina, combinação perfeita”.
O Museu do Videogame Itinerante está em
Salvador desde o dia 15/07 até 05/08, permitindo aos “gamemaníacos” (expressão
das antigas revistas Ação Games e VideoGame nos anos 1990), reverem e jogarem
os sucessos da época.
Cartaz: Museu do Videogame
Foto: sennabr.blogspot.com
“Durante
o evento, os visitantes poderão conhecer mais de 200 consoles dos últimos 42
anos e ainda jogar os maiores clássicos em mais de 30 consoles de todas as
gerações”.
Cleidson Lima é o curador do museu e
proprietário da maioria dos consoles da exposição. Em entrevista à Bandnews FM
Salvador, conta que sua coleção cresceu de tal forma que não havia mais espaço
em casa para mantê-los, sendo “sugerido” por sua esposa que encontrasse uma
solução. Resolveu então compartilhar seu acervo com outros jogadores, através
de exposições.
Exposição Museu do Videogame em Salvador
Os consoles encontram-se em “aquários”,
com uma pequena etiqueta, descrevendo o histórico e algumas informações.
ODYSSEY
Encontro então o Philips Odyssey, meu
primeiro videogame, aos nove anos de idade, nos idos de 1987. Com um teclado
alfanumérico que tinha pouca utilidade, lembrava um computador. Costumava vê-lo
no antigo Paes Mendonça do Iguatemi em Salvador. Nos EUA chamava-se Odyssey 2,
por aqui teve venda discreta, pouca gente conhece, pois logo a seguir foi
lançado o Atari 2600 e seus clones.
À esquerda River Raid do Atari, à
direita, Come-Come do Odyssey
Dentre os jogos estavam os clássicos:
Come-Come, Didi na Mina Encantada, Formula 1/Interlagos/Crypto-logic (este
último o tradicional jogo da forca, que utilizava o teclado e ao final mostrava
o número de erros), Senhor das Trevas, OVNI, Esqui nos Alpes, QBert,
Tartarugas, Abelhas Assassinas, Acoplagem/Resgate e alguns com nomes bem
incomuns: Pegue o Dinheiro e Corra, Macacos me Mordam, Barricada! Demolição!
Acerte seu Número, Matemágica, Defensores da Liberdade.
Philips Odyssey
Possuía capas com designs bem trabalhados, que na verdade eram livretos com informações, com grande estímulo visual que instigavam as crianças a obter os jogos. Recomendo visitar: http://odysseybrasil.blogspot.com.br
Seguindo a ordem cronológica, o Atari
2600, segunda geração de videogames, que me foi presenteado em 1988. Mega sucesso
de vendas e bastante difundido, hoje é item cult
dos Anos 80. Possuía inúmeros fabricantes de clones e de jogos, (Polyvox, CCE,
Dynacon, Milmar, Supergame, Dactari, Activision). Dado o seu sucesso, era comum
emprestar cartuchos entre os amigos.
Cartaz simulando TV antiga com um dos jogos mais populares do Atari 2600: Enduro
Dentre diversos títulos estão: Enduro,
River Raid, Pitfall, Pac Man, Keystone Kappers (chamado de “Pega Ladrão”), Smurfs,
H.E.R.O., Frostbite, Freeway, Megamania, Donkey Kong, Tank Attack, Moon Patrol,
Seaquest, Jungle Hunt, Bobby is Going Home, Atlantis, Superman, Adventure,
Boxing, Arkanoid, Entobed, Star Wars, etc, etc, etc. Além de bombas de jogos
horríveis como E.T. e Mr.Chin. A Atari ainda lançou os modelos 5200 e 7800, que
não obtiveram o sucesso esperado.
Atari 2600
SEGA MASTER SYSTEM
O próximo console foi o primeiro que
avistei na exposição, a cerca de 50m de distância, do segundo piso. Um grande
clássico, obtido nos idos de 1990. Primeiro console de terceira geração (8
bits) à venda no Brasil. Parceria da Sega com a Tec Toy, empresa de brinquedos
que ocupava o recente nicho de diversões eletrônicas. Pouco antes o “Pense
Bem”, também pertencente à companhia, era o produto de desejo das crianças do
país. Possuía bons gráficos e jogos adaptados dos fliperamas, como After Burner
e Double Dragon. Era muito superior ao Atari 2600. Muito bom videogame, mas não
teve a mesma penetração no mercado que os similares da Nintendo. Teve mais
sucesso na Europa que nos EUA. Possuía em geral jogos fáceis de “zerar”. Comprei
o meu na Loja W.Shock ou W.Som, não lembro bem o nome, no Shopping Barra de
Salvador, local hoje ocupado pela loja Ortobom, no corredor da Perini.
Master System
Havia um programa na TV que passava
dicas dos jogos, e só agora descobri que era apresentado por Rodrigo Faro, veja
no vídeo abaixo. Lembro de um outro na TV Manchete.
Havia também a Hot Line Tec Toy, que
apresentava mensagens gravadas, mas também era possível falar com um atendente,
que dava dicas sobre os jogos desejados, ainda lembro do número que era
anunciado nas páginas das revistas de videogame: (011)260-3877.
Os diversos modelos de Master Systems no Brasil
Dentre os bons jogos estavam os quatro
que possuía: Double Dragon, Shinobi, Golden Axe e E-Swat além de Black Belt,
Alex Kidd in the Lost Stars, Alex Kidd in the Miracle Word, Astro Warrior,
Jogos de Verão, Hang On (que vinha na memória), Out Run, Vigilante, Golden Axe,
Ghouls’n Ghosts dentre muitos outros. Havia também o jogo oculto do labirinto. Os
jogos eram divididos por sua resolução, dois megas, quatro megas.
Pesquisando sobre os jogos do Master
System, lembrei que fiz a edição de alguns dados da Wikipedia há muitos anos e
continuam no ar:
“Alex
Kidd in The Lost Stars - ... Ótimos gráficos, boa jogabilidade, destaque para a
fase do espaço, com super-pulos;
Black
Belt - Jogo de luta de rua, versão do japonês Hokuto No Ken, porém mais fácil.
Músicas bem elaboradas, bons gráficos e lutas estilo Street Fighter com os
chefes no fim dos estágios são os pontos fortes deste jogo.
Double
Dragon - Boa conversão dos arcades deste clássico dos games de luta de rua. 30
giratórias na fase final garantia continue infinito.
E-SWAT
- Jogo de ação estilo Robocop, nas primeiras fases o policial deve provar sua
capacidade em vestir a armadura ciberbética. Nas fases seguintes seu poder de
fogo aumenta e poderá utilizar armas especiais mas com uso limitado. Músicas
bem elaboradas e chefes legais de se enfrentar.
Havia também acessórios, que podiam ser
utilizados nos jogos. O Rapid Fire era um pequeno adaptador, que colocado entre
o joystick e o console permitia acionamentos constantes dos botões,
pressionando apenas uma vez. Ideal para jogos de naves com tiros, mas péssimo
para outros que possuíam função de pulo. Jogos de tiro em primeira pessoa
exigiam a pistola Light Phaser, baseada no personagem do jogo Zillion. Dentre
os jogos estava o Wanted, estilo faroeste e o Safari Hunt, que também vinha na
memória. Outro acessório era o óculos 3D. Um sonho de consumo para poucos, eu
mesmo nunca utilizei nem vi.
Esta também foi a época das revistas
sobre videogames: Ação Games, VideoGame (possuo até hoje as primeiras edições)
e posteriormente Supergame (somente jogos da Sega) e GamePower (somente jogos da Nintendo). E das locadoras
de jogos de videogame. Frequentava a SóGames do Barra Center em salvador.
E aqui a versão portátil, com o tamanho
de uma fita VHS, o Game Gear, que tinha menor capacidade de gráficos:
Game Gear, o 8 bits portátil da Sega
O popular e recente desenho “Apenas um Show” (Regular
Show) exibido atualmente em canais fechados, faz diversas referências aos Anos
80, inclusive o videogame da dupla é um Master System, apesar de o chamarem
apenas de videogame. Faz referência a um jogo similar ao Double Dragon, chamado
“Caras bons de briga”, se não me engano, além da Power Glove da Nintendo.
Pesquisando, vi também a origem do fato
de muita gente chamar cartuchos de fitas, que decorre de que alguns jogos e
consoles antigos eram carregados através de fitas K7.
NINTENDO ENTERTAINMENT SYSTEM (NES 8
BITS)
A seguir, um console que trouxe outra
rivalidade, a exemplo de Odyssey x Atari, mas em dimensões muito maiores, e que
se estendeu por anos e envolveu diversas plataformas. Sega x Nintendo, Master
System x NES. Começou suas vendas no Brasil pouco após a chegada do Master
System. Mais barato e com maior disponibilidade de títulos, apesar de uma
pequena inferioridade nos gráficos e cores, alcançou maior popularidade.
Super Mario 3, NES
A exemplo da Atari, possuía mais
fabricantes de jogos e de consoles. Por aqui dispúnhamos do Phantom System da
Gradiente, Top Game VG-9000 da CCE (pra mim o melhor, incluindo seu joystick
pequeno e justo. Vinha com o jogo Tiger Heli) e Turbo Game VG-9000T (muito
parecido com o Top Game, mas possuía botão turbo, com a mesma função do Rapid
Fire do Master, mas um péssimo controle direcional e design invertido em
comparação ao Phantom).
Phantom System, da Gradiente do Brasil
Como a Nintendo produzia jogos e
consoles com entradas diferentes, havia o padrão japonês de 60 pinos e o
americano de 72, o que exigia adaptadores entre os sistemas.
Controle do Phantom System
O Top Game surgiu
como alternativa aos adaptadores, uma tampa que deslizava liberando um dos
padrões.
CCE Top Game VG-9000
Curiosamente, em 1991, fui a um posto de
anúncio do jornal A Tarde para colocar meu Master à venda para posteriormente
comprar um Top Game, mas o funcionário disse que tinha um Phantom e estaria
disposto a permutar. Veio com a Pistola Laser Gun e 11 cartuchos: Ghostbuster,
Super Sprint, Pitfall, Excite Bike, Duck Hunt, e Top Gun no sistema americano e
Robocop, Jaws, Super Mario 3, Megaman 3 e Ninja Gaiden II no sistema japonês,
além de comprar posteriormente Tartarugas Ninja 2, na antiga Mesbla da Avenida
Sete e The Simpsons: Bart vs. The Space Mutants.
Aqui o console original que gerou os
clones. Creio que só vi um em funcionamento à época.
NES 8 bits.
E aqui o Geniecom, que só via nas
revistas, até que um amigo vindo do Mato Grosso, que possuía um exemplar mudou-se
para minha região.
Geniecom
Dentre outros bons jogos não citados
anteriormente estavam: Double Dragon 1 (a versão do Master era melhor) e 2, Contra,
Battletoads, Elevator Action, Jackie Chan, Castlevania, Batman, Bad Dudes,
Tetris, Gradius, Arkanoid, Circus Charlie, Track & Field, Punch Out e
muitos outros.
Havia um desenho animado ambientado no universo da Nintendo denominado "Capitão N", em que os personagens eram os protagonistas dos jogos Megaman, Kid Icarus e Castlevania (Simon Belmont, com dublagem de Garcia Júnior, dublador de Van Damme entre outros), passava pelas manhãs na Rede Globo.
Primeiro console de 16 bits no Brasil,
quarta geração dos videogames. Seu formato dava a impressão de tratar-se de um
console que utilizava CDs, algo que só aconteceu com a chegada do Mega CD/Sega
CD, que também havia na exposição. Era um item de desejo nas prateleiras das
lojas.
Sega Genesis
Os gráficos eram muito superiores aos da
geração anterior, as screenshots do
jogo de entrada, Altered Beast constituíam a caixa do aparelho, impressionando
pelos detalhes. Comprei o Sega Genesis, versão americana em 1992 ao ver um
anúncio de jornal. Coincidentemente, o vendedor morava na rua vizinha à minha.
Como o sistema americano era o NTSC, era necessário realizar a transcodificação
para o sistema brasileiro, PAL-M, para não jogar em preto e branco. Mas, um
subterfúgio para adquirir um console com preço mais em conta.
Foi uma categoria que evoluiu à medida
que novos jogos exploravam a capacidade do aparelho. Basta lembrar de Flicky no
início e Mortal Kombat e Virtua Racing em fases posteriores. Lançou conversões
de jogos de fliperama da Sega bem mais fidedignos que os do Master, tais quais
Double Dragon, Side Pocket e Pit Fighter.
Versões do Mega Drive/Sega Genesis
A ampla variedade de títulos, juntamente
com o pioneirismo neste nicho, permitiu ao Genesis/Mega Drive uma boa aceitação
no mercado, mas superado pelo console seguinte.
Burning Force foi o primeiro que joguei,
em uma locadora de jogos do Orixás Center nas Mercês, centro de Salvador. Uma
experiência diferente do Master e Phantom, em razão das cores e dinâmica dos
gráficos, bem como do som. O segundo foi Pit Fighter, clássico jogo de luta em
uma época pré Street Fighter 2 (contemporâneo do Street Fighter 1 na verdade),
que utilizava figuras digitalizadas, Ty, Kato e Buzz eram os lutadores, sendo o
primeiro uma versão full contact de Jean-Claude Van Damme. A seguir Sonic
surgiu como um blockbuster no mundo
dos games. O que lhe rendeu uma franquia de diversos outros jogos.
Sonic do Mega Drive/Sega Genesis
Alguns jogos de sucesso não citados
anteriormente: Golden Axe, Desert Strike, Streets of Rage 1 e 2, Chakan (este
bem original e sombrio, com músicas no estilo medieval) Super Monaco GP, AYRTON SENNA’S SUPER MONACO GP 2, (que já fiz uma postagem), Virtua Fighter, Kid Chameleon, Castle of Illusion,
Shape and Columns, Flashback, Ghouls’n Ghosts, Golden Axe 2, Alien Storm, Spider-Man,
The Revenge of Shinobi, Shadow Dancer, Road Rash 1, 2 e 3, Moonwalker, Toki
Going Ape Spit, Super Volleyball, Mortal Kombat 2, Ghostbusters, Evander
Hollyfield Real Deal Boxing com a “manha” de utilizar o lutador verde “The
Beast”.
Houve a popularização dos pedidos de
jogos via correio, por lojas em geral de São Paulo, que enviavam catálogos e
preços para compras posteriores através de depósitos bancários. Jogos mais
modernos, como o Virtua Racing, que utilizavam gráficos poligonais, possuíam cartuchos
maiores, com processadores externos, de modo a contribuir com um melhor
desempenho do console.
Aqui também havia o padrão americano
(utilizado também pelo Mega Drive brasileiro) e o japonês, mas não eram
necessários adaptadores. Bastava colocar a placa eletrônica diretamente
(abrindo os cartuchos), ou derreter duas pequenas travas metálicas do
Mega/Genesis, que passava a aceitar os cartuchos japoneses, um pouco justo, mas
comportava.
Com a fabricação de jogos mais
complexos, como Mortal Kombat 2, foram colocados no mercado controles de seis
botões.
Acessórios permitiam dar um upgrade no console, o sonhado Sega CD,
nos EUA ou Mega CD no Japão, que acoplavam-se em uma entrada lateral do
aparelho. A mesma que prometia jogar com um amigo através de conexões telefônicas
discadas, nos primórdios da internet. Devido aos altos preços e problemas com a
velocidade de carregamento não se popularizou.
Sega CD
O adaptador 32x possibilitava utilizar
jogos com maior capacidade de gráficos e velocidade de processamento (32 bits). Por aqui
não pegou.
Adaptador 32x do Mega Drive
SUPER NINTENDO
Super Nintendo
Pouco após o Mega Drive, surge no Brasil
o Super Nintendo, com maior jogabilidade, melhores gráficos e uma boa gama de
títulos da Nintendo. Provavelmente o maior sucesso foi a conversão do fliperama
do Street Fighter II. Não tive o console, mas, nos idos de 1993 jogava com amigos
ou em locadoras.
Este foi o último videogame que adquiri.
Anunciei a venda do Genesis, e a exemplo do Master houve alguém interessado em
trocar pelo Sega Saturn, um console superior mas sem controles e com quatro
jogos: Sega Rally Championship de corrida, Christmas Nights, uma aberração tipo
um Sonic voador, um de futebol da série Fifa, e outro que não me lembro.
Chegamos então a um estágio de ótimos
gráficos, mas jogos repetitivos, sem muita jogabilidade e diversão, opinião que
mantenho até hoje em relação aos demais consoles que o sucederam.
Desde a época da internet discada, por
volta do final da década de 1990, é possível relembrar os jogos antigos através
de emuladores, e mais recentemente de jogos online. Costumava acessar sites
como o Baú de Jogos (com screenshots
e informações com críticas bem humoradas das mais variadas plataformas) e
Emuasylum, extinto site estrangeiro, portanto não perdi o contato com os games “dos
bons tempos”, mas sempre é bom relembrar estes momentos lúdicos da infância e adolescência,
e rever pessoalmente os equipamentos.
Porém, mais do que simples brinquedos, Cleidson
em sua entrevista afirmou que os videogames são integrantes da cultura popular,
pensamento que coaduno. Em seu site, um informe declara que o Ibram, Instituto
Brasileiro de Museus, mapeou o seu museu itinerante como o primeiro Museu do
Videogame do país. Constituem também um gênero musical; pouco depois do
aparecimento dos emuladores, jogadores com habilidades musicais realizaram versões
das trilhas sonoras dos jogos. O primeiro que conheci foi o Nino, que mantém
até hoje o domínio www.nino.com.br, que
direciona para o site de sua banda Mega Driver, com belas versões do jogo
Streets of Rage, por exemplo, além de uma guitarra estilizada com um console do
16 bits da Sega. Outras boas versões surgiram do site Ocremix, com muito bem
trabalhadas versões das músicas do Mega Man 3 dentre diversas outras.
O Museu agradou diversos públicos, cada
geração com suas referências de videogames. Vi senhores próximos dos 60 anos
jogando o pioneiro Telejogo da Philips com seus filhos e netos, vi crianças e
adolescentes nas competições de “Just Dance”, o público jovem que foi
prestigiar o recente Playstation 4, e diversos fãs de Cosplay, devidamente
caracterizados participando também de disputas de fantasias mais realistas, em
especial de Animes, personagens freqüentes nos jogos eletrônicos.
Exposição Museu do Videogame em Salvador
Esta diversidade contribuiu para levar
os aficionados ao shopping, mesmo em um momento de implantação de cobrança de
estacionamento, em que há um certo boicote popular por aqui. A heterogeneidade
também acarretou em certos momentos de desconforto. Eu, por exemplo, apreciaria
mais caso fossem eventos distintos: o museu dos jogos, com os consoles antigos
em um momento, e os eventos de dança e cosplay em outro, pois com os espaços
lotados não pude ver com mais atenção outros consoles não contemporâneos à
minha época.
Mas foi interessante ver as famílias
compartilhando lembranças de épocas mais leves. Homens apontando para suas
namoradas/esposas e filhos seus primeiros videogames, revivendo emoções,
relembrando fatos, mergulhando no passado, trazendo de volta momentos marcantes de suas vidas, novamente
com o entusiasmo de uma criança.
Aqui o Blogger com o boné da Lotus de
1985/86, da loja Formula Retro, ao lado do saudoso Genesis
E pra finalizar uma lembrança gravada em
1991 e que me acompanhou durante todos estes anos, inicialmente em VHS e
posteriormente com a digitalização que outro “gamemaníaco” fez e postou no
Youtube. Programa Globo Repórter intitulado “A Febre do Videogame”. Vale a pena
ver ou rever, são vários vídeos.
E já que videogame é cultura, topei por
acaso ou não com o livro abaixo na livraria das imediações do evento. Pensei em
comprar, mas como apenas metade do número de páginas era de jogos da minha
época, declinei.