domingo, 23 de agosto de 2015

AUTOMOBILISMO E MÚSICA (PARTE 3): TELL ME WHY - SUPERMODE

Tenho predileção por músicas das décadas 1980-90, e gosto de pouca coisa de épocas mais recentes. Dessas poucas músicas, resolvi rever uma esta semana e ao assistir o clip, que não conhecia, uma grata surpresa. É ambientado em um kartódromo tipo indoor, focando na disputa entre dois pilotos, que rivalizam desde a colocação dos macacões nos vestiários até o fim das duas baterias, ao som do estilo synthpop.

Trata-se da música Tell Me Why, do grupo sueco Supermode, de 2006:

Vídeo: Tell Me Why - Supermode

Uma disputa de velocidade, belas mulheres na torcida e diferenças acertadas na pista. Noto uma pequena semelhança com a antiga rivalidade McLaren x Ferrari. Macacão vermelho com pequeno logotipo amarelo na sapatilha remetendo à equipe italiana, macacão branco com pequena semelhança aos prateados da equipe inglesa. Teria sido inspirado na F1? Fica a dúvida.

Uma das cenas do clip
Fonte: Vimeo

A seguir o piloto ponteiro roda, após acenar para a torcida, comemorando a liderança. Outra semelhança com a F1, situação sofrida por Nigel Mansell ao acenar para as arquibancadas a poucos metros do fim de um GP, deixando o carro morrer e abandonando a prova. Inclusive os capacetes possuem as mesmas cores.

Capacete estilizado com o nome da banda e música
Fonte: Wikipedia

Até que "um novo piloto”, pra lá de especial, assume o Kart número 08 na nova bateria, assume a liderança, e vence, e os dois pilotos do início voltam para o vestiário se lamentando.

E como disse um amigo que também viu o clip: “Mulheres, velocidade e gasolina, combinação perfeita”.

Referências

terça-feira, 4 de agosto de 2015

MUSEU DO VIDEOGAME ITINERANTE

O Museu do Videogame Itinerante está em Salvador desde o dia 15/07 até 05/08, permitindo aos “gamemaníacos” (expressão das antigas revistas Ação Games e VideoGame nos anos 1990), reverem e jogarem os sucessos da época.

Cartaz: Museu do Videogame
 Foto: sennabr.blogspot.com

“Durante o evento, os visitantes poderão conhecer mais de 200 consoles dos últimos 42 anos e ainda jogar os maiores clássicos em mais de 30 consoles de todas as gerações”

Cleidson Lima é o curador do museu e proprietário da maioria dos consoles da exposição. Em entrevista à Bandnews FM Salvador, conta que sua coleção cresceu de tal forma que não havia mais espaço em casa para mantê-los, sendo “sugerido” por sua esposa que encontrasse uma solução. Resolveu então compartilhar seu acervo com outros jogadores, através de exposições.

Exposição Museu do Videogame em Salvador

Os consoles encontram-se em “aquários”, com uma pequena etiqueta, descrevendo o histórico e algumas informações.

ODYSSEY

Encontro então o Philips Odyssey, meu primeiro videogame, aos nove anos de idade, nos idos de 1987. Com um teclado alfanumérico que tinha pouca utilidade, lembrava um computador. Costumava vê-lo no antigo Paes Mendonça do Iguatemi em Salvador. Nos EUA chamava-se Odyssey 2, por aqui teve venda discreta, pouca gente conhece, pois logo a seguir foi lançado o Atari 2600 e seus clones.


À esquerda River Raid do Atari, à direita, Come-Come do Odyssey

Dentre os jogos estavam os clássicos: Come-Come, Didi na Mina Encantada, Formula 1/Interlagos/Crypto-logic (este último o tradicional jogo da forca, que utilizava o teclado e ao final mostrava o número de erros), Senhor das Trevas, OVNI, Esqui nos Alpes, QBert, Tartarugas, Abelhas Assassinas, Acoplagem/Resgate e alguns com nomes bem incomuns: Pegue o Dinheiro e Corra, Macacos me Mordam, Barricada! Demolição! Acerte seu Número, Matemágica, Defensores da Liberdade.

Philips Odyssey

Possuía capas com designs bem trabalhados, que na verdade eram livretos com informações, com grande estímulo visual que instigavam as crianças a obter os jogos. Recomendo visitar: http://odysseybrasil.blogspot.com.br

Jogos de Odyssey

Aqui um vídeo com um comercial da época:

ATARI

Seguindo a ordem cronológica, o Atari 2600, segunda geração de videogames, que me foi presenteado em 1988. Mega sucesso de vendas e bastante difundido, hoje é item cult dos Anos 80. Possuía inúmeros fabricantes de clones e de jogos, (Polyvox, CCE, Dynacon, Milmar, Supergame, Dactari, Activision). Dado o seu sucesso, era comum emprestar cartuchos entre os amigos.

Cartaz simulando TV antiga com um dos jogos mais populares do Atari 2600: Enduro

Dentre diversos títulos estão: Enduro, River Raid, Pitfall, Pac Man, Keystone Kappers (chamado de “Pega Ladrão”), Smurfs, H.E.R.O., Frostbite, Freeway, Megamania, Donkey Kong, Tank Attack, Moon Patrol, Seaquest, Jungle Hunt, Bobby is Going Home, Atlantis, Superman, Adventure, Boxing, Arkanoid, Entobed, Star Wars, etc, etc, etc. Além de bombas de jogos horríveis como E.T. e Mr.Chin. A Atari ainda lançou os modelos 5200 e 7800, que não obtiveram o sucesso esperado.

 Atari 2600

SEGA MASTER SYSTEM

O próximo console foi o primeiro que avistei na exposição, a cerca de 50m de distância, do segundo piso. Um grande clássico, obtido nos idos de 1990. Primeiro console de terceira geração (8 bits) à venda no Brasil. Parceria da Sega com a Tec Toy, empresa de brinquedos que ocupava o recente nicho de diversões eletrônicas. Pouco antes o “Pense Bem”, também pertencente à companhia, era o produto de desejo das crianças do país. Possuía bons gráficos e jogos adaptados dos fliperamas, como After Burner e Double Dragon. Era muito superior ao Atari 2600. Muito bom videogame, mas não teve a mesma penetração no mercado que os similares da Nintendo. Teve mais sucesso na Europa que nos EUA. Possuía em geral jogos fáceis de “zerar”. Comprei o meu na Loja W.Shock ou W.Som, não lembro bem o nome, no Shopping Barra de Salvador, local hoje ocupado pela loja Ortobom, no corredor da Perini.

 Master System

Havia um programa na TV que passava dicas dos jogos, e só agora descobri que era apresentado por Rodrigo Faro, veja no vídeo abaixo. Lembro de um outro na TV Manchete.

Programa Master Dicas

Havia também a Hot Line Tec Toy, que apresentava mensagens gravadas, mas também era possível falar com um atendente, que dava dicas sobre os jogos desejados, ainda lembro do número que era anunciado nas páginas das revistas de videogame: (011)260-3877.


Os diversos modelos de Master Systems no Brasil

Dentre os bons jogos estavam os quatro que possuía: Double Dragon, Shinobi, Golden Axe e E-Swat além de Black Belt, Alex Kidd in the Lost Stars, Alex Kidd in the Miracle Word, Astro Warrior, Jogos de Verão, Hang On (que vinha na memória), Out Run, Vigilante, Golden Axe, Ghouls’n Ghosts dentre muitos outros. Havia também o jogo oculto do labirinto. Os jogos eram divididos por sua resolução, dois megas, quatro megas.
Pesquisando sobre os jogos do Master System, lembrei que fiz a edição de alguns dados da Wikipedia há muitos anos e continuam no ar:

Alex Kidd in The Lost Stars - ... Ótimos gráficos, boa jogabilidade, destaque para a fase do espaço, com super-pulos;
Black Belt - Jogo de luta de rua, versão do japonês Hokuto No Ken, porém mais fácil. Músicas bem elaboradas, bons gráficos e lutas estilo Street Fighter com os chefes no fim dos estágios são os pontos fortes deste jogo.
Double Dragon - Boa conversão dos arcades deste clássico dos games de luta de rua. 30 giratórias na fase final garantia continue infinito.
E-SWAT - Jogo de ação estilo Robocop, nas primeiras fases o policial deve provar sua capacidade em vestir a armadura ciberbética. Nas fases seguintes seu poder de fogo aumenta e poderá utilizar armas especiais mas com uso limitado. Músicas bem elaboradas e chefes legais de se enfrentar.

Havia também acessórios, que podiam ser utilizados nos jogos. O Rapid Fire era um pequeno adaptador, que colocado entre o joystick e o console permitia acionamentos constantes dos botões, pressionando apenas uma vez. Ideal para jogos de naves com tiros, mas péssimo para outros que possuíam função de pulo. Jogos de tiro em primeira pessoa exigiam a pistola Light Phaser, baseada no personagem do jogo Zillion. Dentre os jogos estava o Wanted, estilo faroeste e o Safari Hunt, que também vinha na memória. Outro acessório era o óculos 3D. Um sonho de consumo para poucos, eu mesmo nunca utilizei nem vi.

 Rapid Fire, Pistola Light Phaser e Óculos 3D

Esta também foi a época das revistas sobre videogames: Ação Games, VideoGame (possuo até hoje as primeiras edições) e posteriormente Supergame (somente jogos da Sega) e GamePower  (somente jogos da Nintendo). E das locadoras de jogos de videogame. Frequentava a SóGames do Barra Center em salvador.



Revistas sobre Videogames dos Anos 1990

Aqui é possível ler a versão digitalizada de boa parte delas: http://www.datacassete.com.br/revistas/publicacao/Videogames/57.html

E aqui a versão portátil, com o tamanho de uma fita VHS, o Game Gear, que tinha menor capacidade de gráficos:

Game Gear, o 8 bits portátil da Sega

O popular e recente desenho “Apenas um Show” (Regular Show) exibido atualmente em canais fechados, faz diversas referências aos Anos 80, inclusive o videogame da dupla é um Master System, apesar de o chamarem apenas de videogame. Faz referência a um jogo similar ao Double Dragon, chamado “Caras bons de briga”, se não me engano, além da Power Glove da Nintendo.

 Apenas um Show, com Master System e Power Glove

Pesquisando, vi também a origem do fato de muita gente chamar cartuchos de fitas, que decorre de que alguns jogos e consoles antigos eram carregados através de fitas K7.

NINTENDO ENTERTAINMENT SYSTEM (NES 8 BITS)

A seguir, um console que trouxe outra rivalidade, a exemplo de Odyssey x Atari, mas em dimensões muito maiores, e que se estendeu por anos e envolveu diversas plataformas. Sega x Nintendo, Master System x NES. Começou suas vendas no Brasil pouco após a chegada do Master System. Mais barato e com maior disponibilidade de títulos, apesar de uma pequena inferioridade nos gráficos e cores, alcançou maior popularidade.

 Super Mario 3, NES

A exemplo da Atari, possuía mais fabricantes de jogos e de consoles. Por aqui dispúnhamos do Phantom System da Gradiente, Top Game VG-9000 da CCE (pra mim o melhor, incluindo seu joystick pequeno e justo. Vinha com o jogo Tiger Heli) e Turbo Game VG-9000T (muito parecido com o Top Game, mas possuía botão turbo, com a mesma função do Rapid Fire do Master, mas um péssimo controle direcional e design invertido em comparação ao Phantom).

 Phantom System, da Gradiente do Brasil

Como a Nintendo produzia jogos e consoles com entradas diferentes, havia o padrão japonês de 60 pinos e o americano de 72, o que exigia adaptadores entre os sistemas.

Controle do Phantom System

O Top Game surgiu como alternativa aos adaptadores, uma tampa que deslizava liberando um dos padrões.

 CCE Top Game VG-9000

Curiosamente, em 1991, fui a um posto de anúncio do jornal A Tarde para colocar meu Master à venda para posteriormente comprar um Top Game, mas o funcionário disse que tinha um Phantom e estaria disposto a permutar. Veio com a Pistola Laser Gun e 11 cartuchos: Ghostbuster, Super Sprint, Pitfall, Excite Bike, Duck Hunt, e Top Gun no sistema americano e Robocop, Jaws, Super Mario 3, Megaman 3 e Ninja Gaiden II no sistema japonês, além de comprar posteriormente Tartarugas Ninja 2, na antiga Mesbla da Avenida Sete e The Simpsons: Bart vs. The Space Mutants.

Aqui o console original que gerou os clones. Creio que só vi um em funcionamento à época.

 NES 8 bits.

E aqui o Geniecom, que só via nas revistas, até que um amigo vindo do Mato Grosso, que possuía um exemplar mudou-se para minha região.

 Geniecom

Dentre outros bons jogos não citados anteriormente estavam: Double Dragon 1 (a versão do Master era melhor) e 2, Contra, Battletoads, Elevator Action, Jackie Chan, Castlevania, Batman, Bad Dudes, Tetris, Gradius, Arkanoid, Circus Charlie, Track & Field, Punch Out e muitos outros.

Havia um desenho animado ambientado no universo da Nintendo denominado "Capitão N", em que os personagens eram os protagonistas dos jogos Megaman, Kid Icarus e Castlevania (Simon Belmont, com dublagem de Garcia Júnior, dublador de Van Damme entre outros), passava pelas manhãs na Rede Globo.

Capitão N

MEGA DRIVE

Primeiro console de 16 bits no Brasil, quarta geração dos videogames. Seu formato dava a impressão de tratar-se de um console que utilizava CDs, algo que só aconteceu com a chegada do Mega CD/Sega CD, que também havia na exposição. Era um item de desejo nas prateleiras das lojas.

 Sega Genesis

Os gráficos eram muito superiores aos da geração anterior, as screenshots do jogo de entrada, Altered Beast constituíam a caixa do aparelho, impressionando pelos detalhes. Comprei o Sega Genesis, versão americana em 1992 ao ver um anúncio de jornal. Coincidentemente, o vendedor morava na rua vizinha à minha. Como o sistema americano era o NTSC, era necessário realizar a transcodificação para o sistema brasileiro, PAL-M, para não jogar em preto e branco. Mas, um subterfúgio para adquirir um console com preço mais em conta.

Foi uma categoria que evoluiu à medida que novos jogos exploravam a capacidade do aparelho. Basta lembrar de Flicky no início e Mortal Kombat e Virtua Racing em fases posteriores. Lançou conversões de jogos de fliperama da Sega bem mais fidedignos que os do Master, tais quais Double Dragon, Side Pocket e Pit Fighter.

 Versões do Mega Drive/Sega Genesis

A ampla variedade de títulos, juntamente com o pioneirismo neste nicho, permitiu ao Genesis/Mega Drive uma boa aceitação no mercado, mas superado pelo console seguinte.

 Jogo de luta Pit Fighter, produzido pela Atari
Imagem: Youtube.com

Burning Force foi o primeiro que joguei, em uma locadora de jogos do Orixás Center nas Mercês, centro de Salvador. Uma experiência diferente do Master e Phantom, em razão das cores e dinâmica dos gráficos, bem como do som. O segundo foi Pit Fighter, clássico jogo de luta em uma época pré Street Fighter 2 (contemporâneo do Street Fighter 1 na verdade), que utilizava figuras digitalizadas, Ty, Kato e Buzz eram os lutadores, sendo o primeiro uma versão full contact de Jean-Claude Van Damme. A seguir Sonic surgiu como um blockbuster no mundo dos games. O que lhe rendeu uma franquia de diversos outros jogos.

 Sonic do Mega Drive/Sega Genesis

Alguns jogos de sucesso não citados anteriormente: Golden Axe, Desert Strike, Streets of Rage 1 e 2, Chakan (este bem original e sombrio, com músicas no estilo medieval) Super Monaco GP, AYRTON SENNA’S SUPER MONACO GP 2, (que já fiz uma postagem), Virtua Fighter, Kid Chameleon, Castle of Illusion, Shape and Columns, Flashback, Ghouls’n Ghosts, Golden Axe 2, Alien Storm, Spider-Man, The Revenge of Shinobi, Shadow Dancer, Road Rash 1, 2 e 3, Moonwalker, Toki Going Ape Spit, Super Volleyball, Mortal Kombat 2, Ghostbusters, Evander Hollyfield Real Deal Boxing com a “manha” de utilizar o lutador verde “The Beast”.

 Ayrton Senna’s Super Monaco GP 2

Houve a popularização dos pedidos de jogos via correio, por lojas em geral de São Paulo, que enviavam catálogos e preços para compras posteriores através de depósitos bancários. Jogos mais modernos, como o Virtua Racing, que utilizavam gráficos poligonais, possuíam cartuchos maiores, com processadores externos, de modo a contribuir com um melhor desempenho do console.

Aqui também havia o padrão americano (utilizado também pelo Mega Drive brasileiro) e o japonês, mas não eram necessários adaptadores. Bastava colocar a placa eletrônica diretamente (abrindo os cartuchos), ou derreter duas pequenas travas metálicas do Mega/Genesis, que passava a aceitar os cartuchos japoneses, um pouco justo, mas comportava.

Com a fabricação de jogos mais complexos, como Mortal Kombat 2, foram colocados no mercado controles de seis botões.

Acessórios permitiam dar um upgrade no console, o sonhado Sega CD, nos EUA ou Mega CD no Japão, que acoplavam-se em uma entrada lateral do aparelho. A mesma que prometia jogar com um amigo através de conexões telefônicas discadas, nos primórdios da internet. Devido aos altos preços e problemas com a velocidade de carregamento não se popularizou.

 Sega CD

O adaptador 32x possibilitava utilizar jogos com maior capacidade de gráficos e velocidade de processamento (32 bits). Por aqui não pegou.

 Adaptador 32x do Mega Drive

SUPER NINTENDO

Super Nintendo

Pouco após o Mega Drive, surge no Brasil o Super Nintendo, com maior jogabilidade, melhores gráficos e uma boa gama de títulos da Nintendo. Provavelmente o maior sucesso foi a conversão do fliperama do Street Fighter II. Não tive o console, mas, nos idos de 1993 jogava com amigos ou em locadoras.

Street Fighter 2 do SNES
Imagem: Youtube.com

SEGA SATURN

Este foi o último videogame que adquiri. Anunciei a venda do Genesis, e a exemplo do Master houve alguém interessado em trocar pelo Sega Saturn, um console superior mas sem controles e com quatro jogos: Sega Rally Championship de corrida, Christmas Nights, uma aberração tipo um Sonic voador, um de futebol da série Fifa, e outro que não me lembro.


Chegamos então a um estágio de ótimos gráficos, mas jogos repetitivos, sem muita jogabilidade e diversão, opinião que mantenho até hoje em relação aos demais consoles que o sucederam.

 
Sega Rally Championship


Desde a época da internet discada, por volta do final da década de 1990, é possível relembrar os jogos antigos através de emuladores, e mais recentemente de jogos online. Costumava acessar sites como o Baú de Jogos (com screenshots e informações com críticas bem humoradas das mais variadas plataformas) e Emuasylum, extinto site estrangeiro, portanto não perdi o contato com os games “dos bons tempos”, mas sempre é bom relembrar estes momentos lúdicos da infância e adolescência, e rever pessoalmente os equipamentos.

Porém, mais do que simples brinquedos, Cleidson em sua entrevista afirmou que os videogames são integrantes da cultura popular, pensamento que coaduno. Em seu site, um informe declara que o Ibram, Instituto Brasileiro de Museus, mapeou o seu museu itinerante como o primeiro Museu do Videogame do país. Constituem também um gênero musical; pouco depois do aparecimento dos emuladores, jogadores com habilidades musicais realizaram versões das trilhas sonoras dos jogos. O primeiro que conheci foi o Nino, que mantém até hoje o domínio www.nino.com.br, que direciona para o site de sua banda Mega Driver, com belas versões do jogo Streets of Rage, por exemplo, além de uma guitarra estilizada com um console do 16 bits da Sega. Outras boas versões surgiram do site Ocremix, com muito bem trabalhadas versões das músicas do Mega Man 3 dentre diversas outras.

O Museu agradou diversos públicos, cada geração com suas referências de videogames. Vi senhores próximos dos 60 anos jogando o pioneiro Telejogo da Philips com seus filhos e netos, vi crianças e adolescentes nas competições de “Just Dance”, o público jovem que foi prestigiar o recente Playstation 4, e diversos fãs de Cosplay, devidamente caracterizados participando também de disputas de fantasias mais realistas, em especial de Animes, personagens freqüentes nos jogos eletrônicos.

Exposição Museu do Videogame em Salvador
Esta diversidade contribuiu para levar os aficionados ao shopping, mesmo em um momento de implantação de cobrança de estacionamento, em que há um certo boicote popular por aqui. A heterogeneidade também acarretou em certos momentos de desconforto. Eu, por exemplo, apreciaria mais caso fossem eventos distintos: o museu dos jogos, com os consoles antigos em um momento, e os eventos de dança e cosplay em outro, pois com os espaços lotados não pude ver com mais atenção outros consoles não contemporâneos à minha época.

Mas foi interessante ver as famílias compartilhando lembranças de épocas mais leves. Homens apontando para suas namoradas/esposas e filhos seus primeiros videogames, revivendo emoções, relembrando fatos, mergulhando no passado, trazendo de volta  momentos marcantes de suas vidas, novamente com o entusiasmo de uma criança.

Aqui o Blogger com o boné da Lotus de 1985/86, da loja Formula Retro, ao lado do saudoso Genesis

E pra finalizar uma lembrança gravada em 1991 e que me acompanhou durante todos estes anos, inicialmente em VHS e posteriormente com a digitalização que outro “gamemaníaco” fez e postou no Youtube. Programa Globo Repórter intitulado “A Febre do Videogame”. Vale a pena ver ou rever, são vários vídeos.

Globo Repórter - A Febre do Videogame
Vídeo: Canal de Fokerg

E já que videogame é cultura, topei por acaso ou não com o livro abaixo na livraria das imediações do evento. Pensei em comprar, mas como apenas metade do número de páginas era de jogos da minha época, declinei.

 Livro: 1001 Videogames para Jogar Antes de Morrer



Referências