terça-feira, 22 de abril de 2014

COLEÇÃO AYRTON SENNA (PARTE 5) – FITAS VHS

Revirando meu acervo de fitas VHS, que devidamente aguardam tempo e equipamento hábeis para futuras digitalizações, localizei algumas que encontravam-se guardadas há uns 19 anos.

Fitas VHS - Documentários e Corridas de Ayrton Senna

Era muito difícil encontrar vídeos de Formula 1. Consegui alugar no máximo: “O Fabuloso Fittipaldi” e “Acelere Ayrton”, documentário de Roberto Farias que abrange a pré-temporada de 1986. Costumava assistir na vitrine de uma loja do Shopping Iguatemi, Salvador, alguns trechos do GP de San Marino de 1991, época do videolaser, ou laserdisk, tecnologia que utilizava um disco similar a um CD, mas do tamanho de um LP, com tecnologia analógica, e que não se popularizou. A loja ficava no terceiro piso, no corredor onde hoje encontra-se a Riachuelo e a Castro’s.

Documentário: "Acelere Ayrton"

Aqui, um aparelho de videolaser, da época:

Aparelho de Videolaser/Laserdisk

The Official FIA Formula 1 World Championship Review – Senna Fights Back (Resumo da Temporada de Formula 1 de 1993). Speedbox Racing Club, 90 min: foi a fita que mais assisti desta coleção. Lembro de ter encomendado por telefone em São Paulo, através de um anúncio, provavelmente da Revista Grid, por volta de 1995. Perguntei à atendente se tratava-se da transmissão da Globo, com narração de Galvão Bueno, disse-me que não, que era em inglês e sem legendas. Como naqueles idos não encontraria outra opção, aceitei, apesar de, à época, entender algumas poucas palavras da narração. E valeu a pena, em especial as vitórias de Senna em Donington, Interlagos e a sexta vitória em Mônaco. Na introdução uma versão moderna de La Vie En Rose, que só agora descobri que se refere à versão cantada pela excêntrica Grace Jones (VEJA AQUI), enquanto algumas imagens da temporada são mostradas, inclusive cada equipe e seus respectivos pilotos. A seguir, resumo de cada corrida e de tempos em tempos a classificação do campeonato. Hoje é possível assistir boa parte do conteúdo no Youtube:


Formula One Monaco Grand Prix – 1992. BMG Ariola Discos Ltda, Music Video, 60 min: não lembro se adquiri a fita em uma banca de revistas próxima ao Shopping Barra, Salvador, ou se no próprio Shopping (por volta de 1996), em uma feira de fitas usadas, promovida pela antiga locadora GPW, que com alguma regularidade as realizava. Consta na capa um selo da United Films, distribuidora de São Paulo. Quanto ao vídeo em si, refere-se à quinta vitória de Senna em Mônaco, igualando o recorde de Graham Hill. Mansell liderava com sua Williams-Renault quando foi obrigado a trocar os pneus, com a suspeita de um furo. Retorna quase dois segundos por volta mais rápido que Senna, que após a corrida disse que parecia guiar no gelo, já que não trocou pneus. Nas voltas finais, o brasileiro conseguiu segurar o inglês, que de forma alguma conseguiu ultrapassar, mesmo contando com o melhor equipamento, enquanto Ayrton guiava a sofrível McLaren-Honda V12, vencendo com uma diferença de 0,215 segundo.
Grande Prêmio de Monaco - F1 1992

Formula One Phoenix Grand Prix – 1991. BMG Ariola Discos Ltda, Music Video, 60 min: mais uma fita adquirida em uma feira de usados. Provavelmente no início dos anos 2000, época em que parei de assistir videocassetes, que quebravam e não havia peças de reposição. E pra falar a verdade, não lembro de ter assistido esta fita. Creio que comprei para assistir em um outro aparelho, ou caso consertasse o anterior, o que não aconteceu. Vigésima sétima vitória de Senna, de ponta a ponta, que igualou o score de Jackie Stewart. No SUPER MONACO GP DO MEGA DRIVE, era uma das pistas mais fáceis de vencer.
 Circuito de Phoenix - Grande Prêmio dos EUA
Imagem: Allf1.info

Uma Estrela Chamada Ayrton Senna. Istoé/Video Três/Instituto Ayrton Senna/FIA, três volumes. Série de entrevistas, com Viviane Senna, amigos de infância, o mecânico Tchê, Ron Dennis, pilotos como Jean Alesi, Martin Brundle e Juan Manuel Fangio além de Terry Fullerton, que foi o melhor piloto que Senna disse ter enfrentado. Além de trechos de corridas e depoimentos de Ayrton, em especial em sua casa em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, abordando desde a infância, a época do kart e os anos na Formula 1. Três volumes, vendidos nas bancas, creio que não consegui encontrar o terceiro na época. VEJA AQUI uma parte do documentário:
Ainda disponho de outros documentários em VHS, como o Globo Repórter após a morte do piloto, uma homenagem na TV Manchete, e o que mais gosto, um especial, que talvez tenha sido exibido pouco tempo após o GP de Ímola, mas lembro de sua apresentação em 1995, denominado “Um Ano sem Senna”, exibido em anos seguintes como “Ayrton Senna Especial”, pela TV Cultura, mais resumido. Aborda a carreira de Senna desde o kart, com ótimas reportagens, trechos de corridas e ultrapassagens além de depoimentos, com uma trilha sonora muito boa, que inclui Eric Clapton (Layla), Tina Turner, Steve Vai dentre outros, veja um trecho NESTA POSTAGEM que abordei sobre Senna na Formula 3. Espero em breve postá-lo aqui por completo.

Nos tempos modernos, era possível assistir GPs antigos no site Justin TV, nos canais F1 Legends, criados por um brasileiro, podendo comentar a corrida com fãs de todo o mundo através do chat. Mas, infelizmente, os canais foram desativados, ou sempre que acesso estão offline.


Referências

quinta-feira, 10 de abril de 2014

PROGRAMA CONEXÃO REPÓRTER/SBT: AYRTON SENNA – O DIA QUE NÃO TERMINOU

Foi exibido pelo SBT neste dia 09 de abril de 2014 o programa Conexão Repórter: “Ayrton Senna – O Dia que não Terminou”. Apresentado por Roberto Cabrini, que apresentou-se como o repórter que mais esteve com Senna nos seus três últimos anos de vida (1992 pelo SBT e 1993-94 pela Rede Globo).
  
Roberto Cabrini de carona com Ayrton Senna
  
Mais uma homenagem aos 20 anos da morte do piloto. O repórter, que sempre que fala de Senna, utiliza seu arquivo pessoal, com uma série de entrevistas exclusivas. Desta vez, apresentando um material que não foi ao ar, grande parte portanto inédito na televisão.
O programa começa com trechos que costumam incomodar os fãs do piloto, com cenas da Williams-Renault FW16, de 1994, e falas que referem-se à morte do brasileiro.
 
Logo a seguir, trechos de making off, com Ayrton bem descontraído e tirando sarro de Cabrini, de forma surpreendente: “Esse é f..., o super Cabrini é f...”. Em outra tomada, olha para a câmera e fala: “Tá piscando essa p... aí, acabou a bateria?”.
Após, finalmente o repórter anuncia: “Primeiro de maio de 1994: um dia que ainda não terminou...”.
Williams-Renault FW16
Aborda-se então o início no kart e a busca pela perfeição, que acarreta no encontro com o preparador de motores “Tchê”. Sem falar das categorias intermediárias, pula para o primeiro teste na Formula 1, com a Williams e a entrada na categoria aos 23 anos pela Toleman. “Aqui termina a trajetória de um homem, aqui começa a sua lenda”, anuncia.
Senna competindo no kart
A atenção volta então para o último GP, Ímola, com o acidente de Rubens Barrichello na sexta, 29 de abril (inclusive com a entrevista que deu após vê-lo no hospital) e a morte do austríaco Roland Ratzenberger, no sábado, 30. A seguir, uma cena de Ayrton, Frank Williams e técnicos da Goodyear, em que discute-se a instabilidade do carro com os pneus (à época, nos programas televisivos logo após a morte do piloto, falava-se que eram técnicos da Williams). Senna dizia repetidamente: “Não funciona”. E Williams: “Façam o que Ayrton está dizendo. Se ele tiver um acidente vocês terão sérios problemas”.
 
Segue-se então para a Trattoria Romagnola, restaurante típico, onde Ayrton comia frequentemente, desde 1989, quando da disputa do GP de Ímola, e onde jantou pela última vez. O proprietário mostra a nota da refeição, paga pelo empresário do brasileiro, e um autógrafo emoldurado, pendurado na parede. Disse que seis pessoas o acompanhavam, e o assunto da noite foram questões de segurança. Senna estava abatido pelos acidentes que aconteceram.
 
Restaurante Trattoria Romagnola
Foto: 2spaghi.it
A partir de então, muitas repetições das cenas do acidente de Senna. Demasiado desconfortável assisti-las.
 
Adriane Galisteu, então namorada do piloto, fala que ao vê-lo estático, sem sair do carro e a seguir deitado no chão, acreditou que havia quebrado as duas pernas, ou com algum forte impacto nos músculos do pescoço.
Em nova entrevista, Cabrini pede a Senna que fale sobre os problemas da Williams. Após relutar um pouco diz que o carro está desequilibrado. O repórter reforça que o carro era crítico, ao contrário dos dois anos anteriores, com o cockpit apertado (o projeto anterior foi feito para as dimensões do francês Alain Prost, bem menor que Ayrton), e Senna tinha dificuldade em pilotar, com as mãos raspando nas laterais, ao virar o volante. A solução imediata foi estender o comprimento da barra de direção, de forma artesanal e inapropriada (mecanicamente contrariou normas de segurança, já que a emenda, de menor diâmetro, recebia a maior parte da força aplicada, causando fadiga e quebra do material). Apontou também que a barra de supensão foi lançada para a cabeça do piloto, penetrando dois centímetros, sendo esta a causa da morte, não havendo outras lesões no corpo.
Barra de direção da Williams FW16
Imagem: Youtube.com
Cabrini rememora o que ele define como palavras que ainda marcam corações: "Morreu Ayrton Senna da Silva.Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar". Sem dúvidas, uma frase que os fãs do piloto, que permaneceram horas à frente da TV, naquele domingo após o acidente não esqueceram, mesmo após 20 anos.
O jornalista então revela que sempre acreditou que o piloto morreu na pista, tal qual Ratzenberger. Fatos que teriam sido ocultados, já que esta confirmação cancelaria a corrida. Nicola Larini, piloto da Ferrari e segundo colocado naquele GP concorda.
 
Camera onboard Williams FW16
Imagem: Youtube.com
Especulou-se se havia imagens sobre a câmera onboard do carro Senna, que cortou a imagem segundos antes do acidente. Bernie Ecclestone afirmou que aquele momento a câmera foi desligada para que fosse acionada a câmera de Schumacher. Bem conveniente e tido como proposital, já que a FOCA queria omitir a causa do acidente.
Vemos então a chegada do avião com o corpo e o cortejo, pelas ruas de São Paulo.
Cortejo Fúnebre - Ayrton Senna
Nova entrevista, em que Cabrini pergunta sobre o desejo de ter filhos. Senna afirma que sim, que gosta de crianças e que à medida que o tempo passa o ser humano deseja ter filhos. Pergunta-se sobre a situação do país, que tinha um campeão de Formula 1 e também muitas desigualdades, a resposta vem após uma das conhecidas longas pausas que Ayrton fazia antes de responder, pensando muito: “A situação do país reflete a condição da própria sociedade”.
 
Instituto Ayrton Senna
Surge então sua irmã, Viviane Senna, falando das conquistas do Instituto Ayrton Senna e que o piloto deixou: “Mais do que vitórias e campeonatos um legado de valores”, e que Senna passou pela vida muito rápido, mas fez muito mais que pessoas que tiveram muito mais tempo. Sua mãe, D. Neide Senna, manuseando alguns dos famosos capacetes amarelos, diz que o que mais ficou foi a saudade do filho.
Lilian Vasconcelos, única esposa que Ayrton teve, no início dos anos 1980, deu um raro depoimento, bastante emocionada.
Lilian Vasconcelos
Adriane Galisteu, mostrando o Fiat Uno que ganhou de Senna há mais de 20 anos, disse: “...tem pessoas que não podiam morrer. Era um homem especial”.
Definindo o piloto com uma palavra, Cabrini afirma: “determinação”.
Em outra entrevista, Senna tira sarro novamente de Cabrini: “Fala mais devagar, fala mais baixinho, começa de novo”.
Finalizando, Cabrini diz que Senna é o símbolo máximo da Formula 1.
O programa não foi muito anunciado nos intervalos comerciais. Começou parecendo que iria apresentar muitas cenas inéditas, e rememorar as conquistas do piloto. Nada se falou da Lotus, pouco se falou da McLaren, e o foco foi de fato as condições que levaram à morte do piloto, com a Williams em primeiro plano o que frustra seus fãs, que tem aversão àquele carro. Talvez os direitos da F1 (que pertencem à Globo) não permitiram maior abordagem do canal, talvez tenha sido uma forma de apresentar para gerações que se seguiram as causas da fatalidade. Trouxe algumas novidades, mas muitas lembranças ruins.
Ayrton Senna
Muitas outras homenagens virão, mas devemos relembrá-lo sempre, independente de aniversários de vida, de morte, de vitórias ou títulos.


Referências

Conexão Reporter

terça-feira, 1 de abril de 2014

COLEÇÃO AYRTON SENNA (PARTE 4) – CAPACETE TEMPORADA 1993


Um item desejado por todo fã de Ayrton Senna, uma réplica do capacete utilizado pelo piloto. Escolhi o da temporada de 1993, por ter sido o ano que acompanhei mais proximamente o desempenho do brasileiro e pelo desenho mais moderno que os modelos anteriores. Apesar de não ter conquistado o título, foi considerada a melhor temporada de Senna, inclusive pelo jornalista Reginaldo Leme, em depoimento no documentário que leva seu nome.


Capacete Ayrton Senna - 1993. Blog SennaBR

À bordo da limitada McLaren-Ford MP4/8 versus as Williams-Renault FW15 “de outro planeta”, consegue cinco vitórias, compensando a deficiência do seu equipamento no braço, com técnica e arrojo. Dentre as cenas memoráveis daquele ano estão: a finta que deu em Damon Hill em Interlagos, sob chuva, e a melhor primeira volta da história, com quatro ultrapassagens no GP da Europa, em Donington Park (relembre aqui).

Capacete Ayrton Senna - 1993

Seguem os patrocinadores da época:




Nacional: marca símbolo do piloto. Banco brasileiro que o patrocinou a partir de 1985, sendo mantido até sua última temporada. Em determinado momento, com o sucesso do piloto, o banco se dispôs a abrir mão do patrocínio, em razão de não poder cobrir os valores das cotas. Senna fez questão de mantê-lo, mesmo sem oferecerem o valor que alcançaria com outros patrocinadores, por gratidão, por apoiá-lo no início de sua carreira na Formula 1. Após intervenção do Banco Central, foi adquirido pelo Unibanco, hoje Itaú-Unibanco.



Mrlbr: marca integrante do grupo anglo-americano Philip Morris. Patrocinou uma série de eventos esportivos, em especial o automobilismo. Esteve na Formula 1 do início dos anos 1970 até o final da década de 2000. Muito associada com as equipes McLaren principalmente, e Ferrari, além da Penske na Formula Indy. Foi perdendo espaço com a popularização das leis antitabagistas.


 Kenwood: à época lembro de ver a marca em propagandas e em lojas automotivas estampando sons de carros, ao lado da Pioneer. Ainda hoje mantém-se neste nicho, oferecendo também unidades com GPS incorporado e produtos de comunicação via rádio.



Capacete Ayrton Senna - 1993


 Hugo Boss: tradicional empresa alemã, que iniciou no ramo têxtil de vestimentas, obtendo grande êxito neste mercado. Passou a produzir óculos, relógios, perfumes (o piloto da McLaren, Jenson Button é garoto propaganda da marca) e produtos de luxo.


  


Tag Heuer: tradicional companhia suíça de relógios fundada no Século XIX. Realizou a cronometragem oficial da Formula 1 por algumas temporadas. Ainda hoje patrocina a McLaren.





Tencel: antigamente não sabia do que se tratava, pois naquela era pré-internet, estas informações de empresas estrangeiras eram bastantes restritas. O logotipo atual é diferente do da época, e as referências informam que trata-se de uma fibra de celulose utilizada na indústria têxtil, substituindo o algodão, com processos de fabricação bem menos agressivos ao ambiente.

  
O capacete originalmente é um modelo utilizado por motociclistas, portanto, homologado pelo Inmetro. A pintura original foi desbastada e a peça preparada para receber a nova pintura e os adesivos. Uma réplica portanto, muito próxima do original e de uso permitido nas vias.

Capacete Ayrton Senna - 1993

Lembro de ver nas estradas apenas um exemplar, a cerca de uns 10 anos, também de posse de um motociclista, no terminal marítimo de Salvador, Bahia. Creio que era o da temporada de 1994.

Este é portanto, o item mais importante, até o momento, desta coleção.

Referências

Hugo Boss - Wikipedia
Kenwood
Tag Heuer
Tencel
Scuderia Ferrari - Wikipedia
Imagem Logo Nacional (Modificado)