terça-feira, 31 de julho de 2012

TESTE – GOL GERAÇÃO IV (G4) 1.0 8V Total Flex

A Volkswagen lançou a primeira reestilização do Gol Geração 5 (que alguns chamam de Geração 6) nesta primeira quinzena de julho de 2012. As mudanças visam padronizar o modelo com outros VW lançados no mercado, como Jetta e Fox. Aliás, as mudanças o aproximaram muito deste último.

Neste ângulo lembra muito o Fox...
Foto: Terra

...inclusive o capô, mas muito do G5 foi mantido...
Foto: Terra

...os para-choques também se assemelham aos da raposa
Foto: Terra

O tópico é sobre a Geração IV, mas com as mudanças recentes, foi necessário dar uma pincelada na geração atual.
Sem entrar em muitos detalhes sobre as gerações anteriores, o Gol manteve muitas características entre as gerações 2 a 4, sendo a terceira a mais elogiada pelos usuários. A geração 2 (conhecida como bola ou bolinha) trouxe linhas arredondas ao projeto anterior (chamado de gol quadrado) e 55cv de potência (Gol 1.0 Mi).

Primeira geração
Foto: Terra

O Gol G2 foi praticamente um novo carro (a exemplo do Geração 5), pois os consumidores reclamavam do teto baixo e do pouco espaço para as pernas. Os faróis tornaram-se ovalados para acompanhar o Golf alemão de 1994. Dava um trabalho e tanto passar proteção para vinil e plásticos da Grand Prix naqueles parachoques enormes.

Gol Geração 2
Foto: Terra

Gol Geração 3

O Gol G4 foi lançado em 2005, mantendo boa parte do desing originado na geração 2. Será produzido até 2013.







Aqui encerado com a cera informada no post: “ENCERAMENTO AUTOMOTIVO - CERA COLLINITE”.

O Gol G4, hatch compacto, é uma opção bastante requisitada para quem está adquirindo seu primeiro veículo e/ou buscando um veículo 0km. Mesmo com a chegada do G5, continua à venda o modelo anterior, ainda com motor longitudinal. Considerando os dois modelos, o Gol é o líder de vendas no primeiro semestre de 2012, com 126.572 unidades vendidas. Desde sua primeira geração, está no mercado há 32 anos e há 25 é o carro mais vendido do país, com quase seis milhões de unidades.

Motor longitudinal - VW Gol G4

Vamos então para a avaliação da máquina. Trata-se de uma versão básica, duas portas, apenas com alarme e travas elétricas, que utilizei durante quatro anos :



GOL G4 1.0 8V TOTAL FLEX
Motor
1.0
Potência Máxima
68/71cv (gas/álc)
Pneus
165/70 Aro 13
Peso
856Kg
Reservatório de Combustível
51 litros
Porta-malas
285 litros
PRÓS

  • Quem busca um carro 1.0 está buscando principalmente um carro de valor acessível e econômico. O G4 apresentou consumo com gasolina entre 14 e 15,5km/l e cerca de 10,5km/l com álcool (33% cidade e 66% estrada), mas com manutenção constante (velas, cabo de velas, filtros, óleo motor, de transmissão, fluido de freio, aditivos, etc.) e direção econômica;
  • O custo das peças é acessível: velas a cerca de R$80,00, pneus duram bastante;
  • Visual bonito, mesmo tendo sido lançado em 2005;
  • Relativamente confortável, quando comparado com outros modelos concorrentes, mas com grande dificuldade de encontrar uma boa posição para dirigir;
  • O baixo centro de gravidade confere boa estabilidade;
  • Os freios são muito eficientes;
  • Os sensores reconhecem rapidamente a mudança de combustível após abastecimento;
  • As marchas curtas (1ª, 2 ª e 3 ª) conferem boa aceleração e retomada, contudo o giro do motor se eleva muito, podendo aumentar o consumo, o jeito é trocar as marchas rapidamente, com pouca aceleração;
  • Autonomia de 650km com gasolina e 450km com álcool (sem contar a reserva);
  • Os comandos elétricos são simples e de fácil acesso.
  • Ágil nas manobras;
  • Pintura de boa qualidade, resistente a ferrugem, mas queima após muito tempo e frequência de exposição ao sol.


CONTRAS

  • Parte elétrica instável com relativamente constantes queimas de lâmpadas (farol, lanterna traseira, painel);
  • Suspensões e amortecedores duros, que auxiliam na estabilidade mas que estão sujeitos a frequentes quebras ao passar por buracos;
  • Muito visado para roubos e consequentemente, seguro elevado;
  • Tanque de partida a frio muito grande (2 litros), a gasolina pode oxidar, o ideal é colocar menos de 1 litro;
  • A posição baixa compromete a visibilidade e juntamente com o volante alinhado à direita do motorista compromete a ergonomia;
  • Porta-malas muito pequeno, um carrinho de bebê é colocado com dificuldade, não sobrando muito espaço para outras coisas (apesar de esta ser uma característica comum à maior parte dos carros desta categoria);
  • Frequente formação de borra de óleo no suspiro antichama, ocasionada por mistura de água advinda do ar ou do combustível (álcool principalmente) ao óleo. Este é um problema crônico do modelo, e bem incômodo, ter que limpar a mangueira e caixa de ar e trocar varetas que enferrujam, além de custos com a troca do antichama. O uso de combustíveis vencidos (com mais de dois meses) também pode agravar o problema;
  • Tambor de freio traseiro enferruja rapidamente, a solução é pintar;
  • Direção mecânica pesada;
  • Opcionais caros;
  • A versão básica obriga mover diretamente os espelhos retrovisores, não há sequer um bastão para se operar manualmente, além da ausência de desembaçador e limpador traseiro e o limpador dianteiro não possuir temporizador;
  • Maçanetas tendem a queimar com o sol, descascarem e ficarem brancas;
  • Assoalho baixo sujeito a impactos;
  • Antena do rádio interna possui má recepção;
  • Não se adapta bem a conversão à gás, ocasionando frequentes panes elétricas;
  • Se as palhetas do limpador forem invertidas na troca, arranharão o para-brisa;
  • A chaparia é maleável em alguns pontos (principalmente na traseira), deformando ao se pressionar;
  • Elevado barulho interno a partir de 100km/h;
  • Frequentes quebras nas travas das portas e fechaduras, que são frágeis e sujeitas a roubos;
  • Porta luvas pequenos;
  • Caixa de ar permite a passagem de sujeira para o TBI;
  • Primeira marcha com freqüente dificuldade de engate.


OBSERVAÇÃO

A melhor proporção álcool e gasolina observada (potência x economia) foi: reserva com álcool e completar com gasolina, ou seja: 6 litros de álcool e 45 de gasolina (1/7,5).

Uma unidade 2011 foi utilizada por cerca de 20 dias. Entre as diferenças observadas estão: elevações na empunhadura do volante, que pode ser interessante para alguns e desconfortável para outros e a colocação de um “econômetro”, que visa informar e otimizar em tempo real o consumo de combustível.

Econômetro do VW G4

Na verdade, o artefato, indica apenas a aceleração, não sendo um recurso muito confiável para monitoramento do consumo. Por exemplo, se você pisar fundo no acelerador em segunda marcha, a rotação vai se elevar bastante e portanto, o consumo também se elevará, fato demonstrado corretamente pelo econômetro. Contudo, se você fizer o mesmo em 5ª marcha, mas em baixa velocidade, a rotação se encontrará baixa e o consumo será apontado erroneamente como elevado, pois o computador só interpreta a aceleração.

Quando em comparação com Fiat Mille e Chevrolet Celta, apresenta maior espaço interno.

O modelo 2011 apresentou aceleração e retomadas sensivelmente mais efetivas que o 2005. Todavia, esta potência líquida refletiu no consumo, pois como descrito no post “MOTOR 1.0 AINDA É O MAIS ECONÔMICO?” "Não há como o carro ganhar desempenho sem comprometer o consumo”. As médias com álcool estiveram próximas a 8,5Km/l e com gasolina cerca de 12km/l, mas como trata-se de um carro de locadora, uma série de variáveis (manutenção, amaciamento incorreto, direção agressiva) podem interferir no consumo.

Preço, versão básica, 0km, com 4 portas em Julho/2012:
FIPE: R$ 26.186,00
VW: R$ 26.165,00

Se você deseja um carro confiável, econômico, de manutenção e preço acessíveis, ágil dentro das limitações de um motor 1.0, e de fácil revenda, considere o Gol G4.

VW Gol Geração 4


Referências

Revista Quatro Rodas, edição 481-B. 40 Anos de Design. Agosto/2000
Revista Motor Quatro, edição 28, ano 3. Jun/2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O MAIOR BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS (PARTE 1) - SENNA ENTRE OS FINALISTAS

Foram anunciados nesta quarta-feira, 25/07, os 12 finalistas de "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos", programa do SBT que contou com a participação do público para eleger os 100 brasileiros mais importantes.


Ayrton Senna encontra-se entre os 12 colocados, que a partir de agora se enfrentam em eliminatórias assim distribuídas por sorteio:

Os 12 finalistas
Fonte: SBT

A primeira eliminatória já está aberta para votação. A exemplo de jogos de futebol, os vencedores se enfrentam em semifinais, restarão 3 finalistas que disputarão o título:

Organograma das finais
Fonte: SBT

O formato já foi realizado em diversos países. Em um programa semelhante, veiculado no Japão, para eleger as 100 personalidades mais admiradas pelo nipônicos (The Top 100 Historical Persons in Japan), Senna alcançou a 22ª posição.

A lembrança dos brasileiros, neste programa em especial, reforça que o legado do piloto persiste na memória do país, sem falar nas ações sociais do Instituto Ayrton Senna, idealizado por Ayrton e fundado por sua irmã, Viviane Senna, após sua morte, que beneficia dois milhões de estudantes da rede pública, com 100% do valor arrecadado com o licenciamento da imagem de Senna.

Neste confronto inicial, Senna X Lula, uma chave disputada, em que o vencedor encontrará o vitorioso da eliminatória 1, Chico Xavier X Irmã Dulce. Creio que as chaves deveriam ser arrumadas por semelhanças, ao contrário de sorteios, portanto, a chave 1 estaria correta, Senna poderia estar na disputa com Pelé (dois esportistas), Lula x FHC (políticos da atualidade), Getúlio Vargas X Juscelino Kubitschek (políticos do passado), etc.

Durante o programa, foram exibidos vídeos sobre os finalistas, o de Senna pode ser visto aqui, no link "Íntegra - Os 12 Finalistas - Parte 1", a partir dos sete minutos até o nono.

"A linha de chegada, a explosão da torcida, e na mesma hora, surgia no cockpit a bandeira brasileira. Ayrton Senna ganhava mais uma corrida". Assim começa o vídeo, que conta com as participações de Roberto Cabrini, que cobriu boa parte da carreira do piloto, inclusive sua morte; Nuno Cobra, seu preparador físico, que utilizou técnicas inovadoras no treinamento de atletas e Bruno Senna, sobrinho de Ayrton.

O vídeo, de cerca de dois minutos, contou com imagens de Senna em todas as equipes que passou pela Formula 1. Foi ovacionado e bastante aplaudido pela plateia.

"Ayrton Senna mostrou aos brasileiros que a vitória é possível quando se tem disciplina e dedicação...". Diz Carlos Nascimento, em seu texto de encerramento da apresentação.

Foto: F1SA
 
A votação da chave de Senna estará disponível a partir de 1º de agosto, e o resultado será veiculado no dia 12. Confiram no site do SBT.

CONTINUA...

Referências

segunda-feira, 9 de julho de 2012

AYRTON SENNA NA FORMULA 3 - 1983 (PARTE 1)

O blog pretende relatar todos os GPs disputados por Senna na Formula 1. Contudo, sua passagem em outras categorias também será lembrada.

Senna em seu Formula 3 Ralt-Toyota
Foto: F1db.com

Vamos iniciar no último degrau de Ayrton antes da Formula 1. O ano é:

1983

Nesta época, você ouvia nos rádios:
Thriller, Beat It, Billy Jean - Michael Jackson;
This Charming Man (a introdução de 13 segundos com a guitarra de Johnny Marr é hoje meu toque de celular), Hand in Glove, What Difference Does it Make - The Smiths;
Every Breath You Take – The Police;
Overkill – Men At Work;
Mesmo Que Seja Eu - Marina;
Weekend - Blitz.
  
No cinema:
Superman III (no Brasil com a dublagem de André Filho);
Star Wars – O Retorno de Jedi;
O Dia Seguinte;
Herança Nuclear;
Krull;
Scarface.
  
No Brasil:
Foi lançado o vídeo game Odyssey, pela Philips (tinha até um jogo chamado Interlagos); ocorreram as primeiras manifestações públicas do movimento Diretas Já; morre o jogador Garrincha;

Odyssey, antecessor do Atari

Mas vamos para a pista.
Silverstone, Inglaterra, 02 de outubro de 1983. Penúltima etapa do campeonato britânico de Formula 3, Senna obteve 11 vitórias nas 18 corridas disputadas até então, com nove vitórias consecutivas e 16 pole positions. Esta temporada arrasadora motivou a Rede Globo a transmitir ao vivo, pela primeira vez, uma corrida de F3, que poderia dar a Senna o título antecipado, com narração de Galvão Bueno e comentários de Reginaldo Leme, (a exemplo de um GP de Formula 1), além de mostrar um piloto com imenso potencial para ascender à F1 nos anos seguintes.

Senna pouco antes da largada

A corrida começou com alguns minutos de antecedência, o que pegou a Globo de surpresa, que passou a transmitir a partir da segunda volta.

GP de Silverstone de Formula 3 (parte 1)

GP de Silverstone de Formula 3 (parte 2)
Fonte: Canal de Blog Senna BR

GP de Silverstone de Formula 3 (parte final)

Os carros da F3, definidos por Leme como modelos proporcionalmente semelhantes aos de F1, porém em menor escala, apresentavam-se bastante ágeis e potentes, deslizando nas curvas a exemplo de karts. Os motores apresentavam 2000 cilindradas e cerca de 200km/h de média. Ayrton integrava a equipe West Surrey Racing que utilizava o motor Toyota – Novamotor.
A F1 havia proibido o efeito solo, mas na F3 ainda era utilizado.

Jeans Pool e Banerj patrocinavam o piloto.
Foto: Gazzaspace

A pontuação correspondia ao sistema da F1 da época:
  
1° – 9pts
2° – 6 pts
3° – 4 pts
4° – 3 pts
5° – 2 pts
6° – 1 pt
  
Havendo um ponto extra para o piloto que fizesse a volta mais rápida.
  
Senna largou em 4°, pois realizou o treino classificatório em pista molhada, enquanto Martin Brundle, seu rival direto ao título, largou em 2° (treinou em pista seca), para uma disputa de 20 voltas.
  
Senna ganhou duas posições na largada, enquanto Brundle assumiu a ponta. O brasileiro desejava apenas se manter a frente do inglês, mesmo que em posições intermediárias, mas ambos assumiram as primeiras posições, e se distanciaram dos demais. Senna, caso se mantivesse atrás de Brundle durante a corrida, pretendia atacar apenas nas voltas finais da corrida, pois não deseja correr o risco de não pontuar, já que possuía sete pontos de vantagem.

Primeiras vitórias no início da temporada
Foto: Rev. Quatro Rodas, 273. Abril - 1983

Ayrton se aproximava em alguns momentos, mas Brundle conseguia manter sua posição. Na 18° volta Johnny Dumfries, piloto retardatário atrapalhou mais uma tentativa de Ayrton.
  
Portanto, em uma corrida muito boa de Brundle, Senna chega em 2°, e a decisão vai para Thruxton, com Senna com 122 pontos e Brundle com 119.
  
Antes da última corrida, Senna acompanhou na Itália a revisão dos motores Toyota (Brundle também os utilizava), momento em que se constatou que o motor do brasileiro apresentava menos potência que do inglês.
  
Acompanhe aqui o GP de Thruxton, que deu o título a Senna.

Após mais uma vitória
Foto: Álvaro Teixeira


Referências:

Interfilmes.com
Rev. Quatro Rodas, 273. Abril - 1983
Rev. Quatro Rodas, 280. Novembro - 1983